A morte de Wilson foi atestada por volta de 01h da madrugada. Wilson testou positivo para coronavírus.
Morreu
na madrugada desta segunda-feira (18), o ex-governador da Paraíba,
Wilson Leite Braga. Ele estava internado deste o dia 1º de maio no
Hospital Nossa Senhora das Neves, Em João Pessoa e sofria de
insuficiência renal. A morte de Wilson foi atestada por volta de 01h da
madrugada. Wilson testou positivo para coronavírus.
Informações do velório e sepultamento ainda não foram repassadas pela família, conforme apurou o jornalista Bruno Pereira.
A
mulher do ex-governador morreu no último dia 08. Lúcia Braga estava
internada no mesmo hospital. Ela tinha 85 e morreu vítima de
coronavírus.
Sobre Wilson Braga
Exerceu
cargos de Deputado Estadual, Deputado Federal, Governador da Paraíba,
Vereador e Prefeito de João Pessoa. Passou por várias agremiações
partidárias, ARENA, PDS, PFL, PSDB, PMDB, PSB, PDT e PSD.
Antes
de entrar na carreira política, foi líder estudantil na década de 50
com destaque na Casa do Estudante em João Pessoa e representante da UNE
na Paraíba quando cursava Direito na Faculdade de Direito da Paraíba -
atual UFPB. No ramo empresarial, Wilson Braga detinha o controle de
emissoras de rádios no estado, como a Rádio Sanhauá de João Pessoa,
Rádio Cidade FM de Piancó e Rádio Educadora de Conceição.
Filho
do casal Francisco de Oliveira Braga e Francisca Leite Braga. Seu pai,
conhecido como "seu Braga", era comerciante, tabelião e político. Nasceu
no estado do Ceará e migrou para a Paraíba na década de 1930, passando a
residir precisamente na cidade de Conceição, onde foi chefe político
por muitos anos. Seu Braga começou a vida como comerciante e
posteriormente tabelião e ao ingressar na política, exerceu o cargo de
prefeito de Conceição por três mandatos. O primeiro mandato na década de
40, o segundo entre 1973 e 1977 e por fim o terceiro mandato, entre
1982 a 1988. Ainda foi candidato a Deputado Estadual em 1950, mas não
conseguiu eleger-se. Sua mãe Francisca Leite, carinhosamente chamada de
Calula Leute, era da tradicional família Leite com forte tradição
política no Vale do Piancó.
Wilson
Braga iniciou seus estudos primeiramente em Conceição e posteriormente
na cidade de Patos no Colégio Diocesano. Depois disto, foi para João
Pessoa, onde passou a residir na Casa do Estudante chegando a ser
presidente daquela instituição responsável por acolher estudantes do
interior do estado. Nos anos 50, presta vestibular para o curso de
Direito e forma-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela
Faculdade de Direito da Paraíba, atual UFPB. Neste mesmo período, Wilson
torna-se líder estudantil e representante da União Nacional dos
Estudantes, chegando a participar da inauguração da UFPB na companhia do
então Governador José Américo de Almeida. É casado com a ex-deputada
Lúcia Braga, com quem tem teve 3 filhos, Marcelo (falecido), Patrícia
(falecida) e Marianna. Tem como irmãos a ex-deputada estadual e
ex-prefeita de Conceição Vani Braga, o médico e ex-prefeito de Conceição
Walter Leite Braga, e Nice Leite Braga Pegado, que é mãe do ex-prefeito
Alexandre Braga.
Governador da Paraíba (1983–1986)
No
ano de 1982, em plena Ditadura Militar no Brasil e depois de vários
anos como parlamentar federal, Wilson Braga, então filiado ao extinto
PDS, se candidata a governador da Paraíba sendo assim eleito para ocupar
o Palácio da Redenção com 509.855 (58,48%) contra 358.146 (41,08%) do
candidato derrotado Antônio Mariz, do PMDB.
Em
15 de março de 1983, toma posse no governo. Seu mandato como governador
é marcado por obras importantes, com destaque para o Projeto Canaã,
criado para resolver o problema da seca e da falta dágua em vários
municípios paraibanos com a construção de açudes e barragens, sendo o
seu governo pioneiro dentro do estado da Paraíba.
Renuncia
ao Palácio da Redenção em 14 de maio de 1986, junto com o seu vice José
Carlos da Silva Júnior para concorrer ao Senado Federal do Brasil sendo
assim substituído por Milton Bezerra Cabral eleito bionicamente pela
Assembleia Legislativa da Paraíba, em virtude da vacância do cargo.
Apesar
do favoristismo inicial na disputa para o senado, Braga acaba sendo
surpreendentemente derrotado pelos dois candidatos do PMDB à senador,
Raimundo Lira e Humberto Lucena, que obtém, respectivamente, 615.533
votos (29,97%) e 607.266 votos (29,57%) contra seus 388.878 votos
(18,94%). Na eleição para governador, também sofre grande revés ao não
conseguir eleger o seu candidato Marcondes Gadelha, derrotado por
Tarcísio Burity.
Sem mandato e então
filiado ao PFL, Wilson Braga tenta chegar a prefeitura de João Pessoa em
1988 aonde é candidato, se elegendo assim prefeito da capital paraibana
com a votação de 77.377 (52,35%).
Derrotas em 1990 e 2002
Em
1990, o então prefeito de João Pessoa e ex-governador Wilson Braga (na
época filiado ao PDT) renuncia ao cargo para a disputa ao governo do
estado da Paraíba dando lugar ao vice-prefeito Carlos Mangueira.
Favorito nas pesquisas, Braga teve como principal adversário o
ex-prefeito de Campina Grande Ronaldo Cunha Lima (PMDB). Numa disputa
acirrada, Braga e Cunha Lima vão ao 2º turno com vitória de Ronaldo
Cunha Lima, que obteve 704.375 votos (55,19%) contra 571.802 votos
(44,81%) favoráveis a Wilson Braga, Cunha Lima foi eleito governador
para o mandato 1991-1994, porém não chega a concluí-lo.
Para
não ficar sem mandato durante esse período, Braga candidata-se a
vereador de João Pessoa em 1992 sendo o mais votado com 6.068 votos, na
Câmara Municipal de João Pessoa chega a ocupar a presidência da casa. Se
elege deputado federal em 1994, sendo reeleito em 1998. Até que em
2002, então filiado ao PFL, concorre ao senado federal numa chapa com
Efraim Morais (do mesmo partido), que também disputava o senado e Cássio
Cunha Lima ( PSDB), que concorria ao governo do estado, assim como na
disputa ao governo em 1990], Braga era favorito á vencer a disputa ao
senado, segundo as pesquisas, mas acaba ficando em 3º lugar, sendo
derrotado pelo ex-governador José Maranhão (PMDB - 28,72%) e por Efraim
Morais (20,53%), eleitos para o mandato 2003-2011.
Depois
de perder a eleição em 2002, Wilson Braga fica sem mandato por quatro
anos e se alia ao grupo político do então senador José Maranhão, depois
de alegar ter sofrido suposta "traição" de Cássio Cunha Lima (eleito
governador) e Efraim Morais (eleito senador) seus companheiros de chapa
no pleito daquele ano.
Em 2006, volta
ao cenário político da Paraíba ao disputar uma vaga para a Câmara
Federal pelo PMDB, sendo eleito deputado federal com 113.557 votos para o
mandato 2007-2011.
Nas eleições de
2010, Wilson Braga decide retornar a Assembleia Legislativa da Paraíba
para disputar mais um mandato de deputado estadual, cargo no qual
exerceu de 1956 até 1967, sendo eleito com 24.752 votos para o mandato
2011-2015, com maiores votações em João Pessoa e Conceição, sua cidade
natal. Em 2014, decide não concorrer a um novo mandato.