O relatório de Samuel Moreira, apresentado nessa quinta-feira (13), modifica alguns dos principais pontos da matéria
A maioria da bancada federal paraibana
vota a favor da Reforma da Previdência. Aguinaldo Ribeiro (PP), Ruy
Carneiro (PSDB), Efraim Filho (DEM), Julian Lemos (PSL) manifestaram-se
defensores da proposta e Edna Henrique e Pedro Cunha Lima declararam
apoio à Reforma da Previdência, mas questionam pontos do texto da PEC,
os quais eles consideram que devem ser ainda discutidos, segundo
levantou o Portal ClickPB.
O deputado Efraim Filho disse ao ClickPB
acreditar que o novo texto, apresentado pelo relator e publicado ontem,
é o que tem maior consenso e que deve ser aprovado, de forma a
"preservar os mais pobres, mas cortar os privilégios da elite".
Pedro Cunha Lima disse ao ClickPB que,
apesar das mudanças feitas pelo relator no texto do projeto, ainda tem
pontos para alterar, como reduzir mais a idade de aposentadoria para as
professoras.
O deputado Gervásio Maia é contra a
reforma da Previdência. Porém, ele disse que recebeu ontem à noite o
relatório e está analisando, por isso evitou antecipar comentários. "As
mudanças que foram feitas ontem eu estou fazendo uma análise delas",
explicou o socialista ao ClickPB.
O deputado federal Ruy Carneiro (PSDB)
defendeu a Reforma da Previdência como um instrumento que surge para
enfrentar um problema real nas aposentadorias. Ele disse que "ninguém
conseguirá a Reforma perfeita, agora isso é uma realidade do mundo: as
pessoas que viviam até 70 anos vão viver até 90, depois vão viver até
100 anos. O número de filhos, ou seja, trabalhadores em breve, está
diminuindo, as pessoas estão tendo menos filhos. Nossa taxa de
natalidade é 1,7 e já foi 3,4."
A deputada Edna Henrique (PSDB) revelou
ao ClickPB que está a favor da Reforma da Previdência por considerar que
existe um prejuízo na Previdência do Brasil a ser resolvido, mas ainda
avalia como ficará o texto final. Ela espera novas alterações na
proposta com a retirada das categorias das pessoas mais carentes, como
já ocorreu com os trabalhadores rurais e a remoção da capitalização do
texto da Reforma.
O deputado federal Wilson Santiago (PTB)
defende o que ele chama de retirada de privilégios da elite e se mostra
contra a atual Reforma da Previdência apresentada pelo Governo Federal.
Ele disse ao ClickPB que solicitou, desde o início, a retirada da
capitalização da proposta e também remoção das mudanças nas
aposentadorias rurais e do BPC (Benefício de Prestação Continuada).
Frei Anastácio também é contra a Reforma
da Previdência e critica duramente o que considera plano de privilegiar
os ricos e prejudicar os mais pobres. Ele propõe que a Reforma da
Previdência inclua benefício de R$ 400 para os desamparados.
Aguinaldo Ribeiro (PP) manifestou-se a
favor da Reforma da Previdência, em entrevista que têm concedido, e
espera esforço dos governadores que apoiam a medida para que convertam
isso em votos através das bancadas de seus respectivos estados. Ele se
pronunciou também para dizer que os trabalhadores rurais não serão
prejudicados na Reforma da Previdência.
O deputado Damião Feliciano é contra a
Reforma da Previdência e disse em entrevista no mês de abril deste ano
que o presidente Jair Bolsonaro precisa dialogar com os parlamentares.
Ao ClickPB, Damião já declarava em 2017 ser contrário à reforma da
Previdência.
Julian Lemos disse, em entrevista à
Rádio Câmara em 14 de maio, que a Reforma da Previdência é vital e
orientou que as pessoas procurem os parlamentares de seus estados para
entender melhor da proposta e apoiá-la a fim de resolver o que ele chama
de "desigualdades da Previdência".
Já Hugo Motta mostrou-se contra a Reforma da Previdência.
O deputado Wellington Roberto apresentou
proposta para retirar por completo as mudanças que prejudicam os
professores, na Reforma da Previdência.
Wellington Roberto disse ao ClickPB que
não aceita a idade estabelecida de 57 anos para mulheres e 60 anos para
homens e acredita que o ideal é 55 anos para homens e 50 para mulheres,
na classe dos educadores. Ele defendeu também a retirada dos
trabalhadores rurais da reforma e outras mudanças já apresentadas ontem
pelo relator Samuel Moreira.
"Acabei de falar com ele (o relator) e
disse que tinha apresentado o destaque (de supressão dos professores da
Reforma). Outra coisa foi essa maquiagem que o governo fez em relação à
transferência para os estados e municípios que vai ainda em discussão no
plenário. Os estados e municípios devem ficar de fora porque a maioria
que apoia não está satisfeita com essa inclusão dos estados e
municípios. O relatório da Reforma determina (contribuição
previdenciária de) 14% para servidores estaduais e municipais e nós não
vamos aceitar isso", acrescentou o deputado paraibano.
Ele também comentou sobre o aumento de
5% na CSLL que foi proposta dentro da Reforma. "Eu apresentei através do
nosso partido uma Emenda Global, que tinha um gatilho que poderia
contribuir em relação à capitalização, e, agora para surpresa nossa, o
relator apresenta um ajuste que é a contribuição, querendo ou não
omitindo a questão da CPMF, mas uma contribuição em cima do CSLL
(Contribuição Social sobre Lucro Líquido). Isso é um tributo. Um tributo
que vai aumentar na alíquota do banco. Se eles pagam 15% de tributo ao
Governo Federal e vão colocar para 20%, eles (bancos) vão repassar isso
para o consumidor. É uma situação que eles (bancos) repassam para os
estados e municípios para fortalecer a receita da União e dos estados e,
consequentemente, maquiar uma condição que não foi combinada com o
Congresso."
"Eu não sou contrário à tributação. Na
minha Emenda Global, eu apresentei um gatilho para que, na necessidade
do governo não arrecadar o suficiente para cobrir as despesas correntes
da Previdência, ele poderia acionar (o gatilho). Mas era bem diferente
disso aí: era uma coisa de 0,05%", explicou Wellington Roberto ao
ClickPB.
O relatório de Samuel Moreira,
apresentado nessa quinta-feira (13), modifica alguns dos principais
pontos da matéria. No parecer do relator, foram retirados alguns pontos,
como mudanças na aposentadoria rural, no Benefício de Prestação
Continuada (BPC) e a criação do regime de capitalização. Além disso,
ficaram de fora do relatório estados e municípios.
VOTA CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Gervásio Maia
Está analisando o relatório.
Frei Anastácio
“É um governo que não cobra dos bancos e
empresas que devem à Previdência, mas quer retirar mais de um trilhão
de quem ganha até dois salários mínimos, com a Reforma da Previdência."
Damião Feliciano
Contra a Reforma da Previdência.
Hugo Motta
Contra a Reforma da Previdência.
Wilson Santiago
"Desde o primeiro momento que a gente
vem solicitando a retirada do trabalhador rural, do BPC (Benefício de
Prestação Continuada), da capitalização. Terminou, ontem, o relator
retirando isso. Eu concordo na Reforma da Previdência que sejam
retirados de privilégios da elite."
APROVA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Efraim Filho
"A gente está concordando com o texto
que preserva, que retirou a aposentadoria rural, que retirou o BPC, ou
seja, preservou as pessoas mais pobres, os trabalhadores rurais, as
pessoas com deficiência, os idosos abaixo da linha da pobreza, que são
os beneficiários do BPC, reduziu a idade da aposentadoria das
professoras, também consideramos justo, então achamos que a movimentação
no texto foi positiva, ao mesmo tempo em que continua cortando regalias
e privilégios dos marajás da previdência, então o nosso posicionamento é
favorável".
Ruy Carneiro
"O relatório que foi apresentado ontem
já melhorou bastante. Acho que a tendência da Casa (Câmara), não só a
minha, é votar favorável à Reforma da Previdência. Há algumas áreas que
podem ser melhoradas (no texto da Reforma). Na questão da aposentadoria
rural e do BPC já houve avanço porque elas ficaram como eram. Na questão
de transição tem algumas questões de idade que precisam ser vistas. É
importante, e acho que muita gente já criou essa consciência, de que o
país precisa da Reforma. A gente não pode se esconder e fingir que isso
não é real. Isso foi defendido por Lula, Dilma e Fernando Henrique,
Bolsonaro, Temer... Tem que dizer a verdade. Já, já, a folha da
Previdência ultrapassa a dos ativos. Agora, pontualmente, vamos melhorar
a Reforma (da Previdência). Eu acho, inclusive, que a Reforma é mais
importante nos municípios e nos estados porque a nível federal você pode
vender um título público e buscar dinheiro no mercado para pagar uma
folha de Previdência e um prefeito não pode fazer isso, o governador da
Paraíba, (por exemplo), não pode fazer isso."
Julian Lemos
"Hoje, a Reforma da Previdência é vital.
O povo tem que se envolver, procurar seus deputados e senadores e
chamar o feito à ordem. Se você concorda ou falta algum tipo de
explanação que falta lhe esclarecer mais, procure saber e procure, não
fazer pressão, mas cobrar opiniões e o que você espera que seu
parlamentar faça no Congresso. Não temos outra oportunidade de acabar
com essas desigualdades na Previdência. Que a oposição raivosa e
caluniosa tenha um minuto de lucidez e pare simplesmente de ser contra a
qualquer coisa que seja positiva ou razoável."
Wellington Roberto
"Eu sou a favor da Reforma da
Previdência. A Reforma é necessária, tem que acontecer. Até porque temos
que enxergar quem vem depois de nós. O futuro dos nossos filhos e todas
as pessoas que virão por anos e anos na frente. Agora, tem que ter
consciência e pé no chão para fazer uma coisa que possa dar certo. Para
fazer uma coisa de forma irresponsável e transferir para cima daqueles
mais necessitados, eu não vou concordar com isso. Já tiramos os rurais,
vou defender a questão dos professores que é uma profissão de risco.
Você vê alunos se mobilizando contra professores, gente entrando em sala
de aula matando... Então é profissão de risco. Vou defender, no mínimo,
de 50 e 55 anos (para professores). Eu sou a favor da Reforma, mas do
jeito que está, eu não concordo com determinados pontos."
Aguinaldo Ribeiro
"Para quem conhece a realidade do campo a
gente sabe o que é e o quão sofrida é sobretudo no Nordeste brasileiro
onde temos um ciclo de seca por reiteradas vezes e a gente sabe a
realidade e a expectativa de vida, por isso se colocou a questão da
aposentadoria rural e é importante que fique claro que esse acordo
passou preliminarmente pela preservação dos direitos do homem e da
mulher do campo, segundo a questão do BPC que já havíamos tratado
anteriormente e aquela época também já havia sido negociada a retirada
do Beneficio da Prestação Continuada. Estamos trabalhando aqui para
preservar os vulneráveis, preservando aquele cidadão também que ganha
até um salário mínimo que não será atingido por essa reforma."
PARCIALMENTE FAVORÁVEL
Pedro Cunha Lima
"Eu ainda estou querendo ver qual vai
ser a alteração que vai ter na Comissão Especial. Eu não voto sem mexer
no abono salarial, e tá mexendo ainda, eu ainda estou fazendo um estudo
sobre o BPC, os benefícios para a pessoa com deficiência, tem um
deputado do PSDB que está muito enfronhado nisso, e tem algumas
alterações ainda que me preocupam, mas eu tenho uma tendência a votar
favorável, pela necessidade da reforma, isso aí é inquestionável. Eu
estou fazendo algumas reivindicações ainda. A questão do abono salarial é
inadmissível, tem que tirar da reforma, não tem nada a ver com
previdência e a gente não pode mexer com quem recebe até dois salários
mínimos, um benefício como esse. Quanto ao BPC, já tirou da reforma, eu
estou querendo ver só o que ainda tem de impacto para a pessoa com
deficiência".
Edna Henrique
"O que estou mesmo centrada e estava
buscando era a retirada em relação aos trabalhadores rurais, ao BPC
(Benefício de Prestação Continuada) e outros pontos que nós sabíamos que
prejudicavam os mais pobres. Essas retiradas me deixaram bem a vontade
porque essa é a minha luta, pois os trabalhadores rurais e outros mais
carentes não podem pagar por essa conta toda (do prejuízo
previdenciário) sozinhos. Agora vamos adiante com os outros casos, como
dos servidores públicos, das aposentadorias especiais... Quando forem
apresentados os destaques a gente vai vendo caso a caso."