De Getúlio Vargas para Praxedes Pitanga
Usando a tribuna da Câmara de Vereadores de Itaporanga nessa quinta feira 18, o vereador Nenem de Adailtom (MDB) disse que “nos próximos dias estarei entrando com um requerimento aqui na Câmara, que ainda estou estudando com pessoas que conhece a historia de Itaporanga, para que possamos alterar o nome do centro da cidade que hoje leva o nome do ex-presidente Getúlio Vargas”. Sua intenção é substituir para o nome do ex- prefeito Praxedes Pitanga.O vereador alega que Getúlio Vargas não merece essa homenagem, por que nunca contribui de forma direta com a cidade . A idéia do vereador pode se transformar numa grande polêmica.
O jornalista Junior Viriato, em seu portal CVN e no rádio irá , promover uma enquete para saber qual é a opinião dos moradores sobre esse pedido de mudança do nome do centro da cidade.
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Conheça a historia do ex-prefeito de Itaporanga Praxedes Pitanga:
Praxedes da Silva Pitanga chegou tarde a escola. Somente aos oito
anos tomou contato com um estabelecimento de ensino, mas aos nove já
sabia ler, escrever e contar, uma prova cabal de sua enorme capacidade
de aprender. Em 1910, frequentando o Colégio Pedro Américo, dirigido
pelo professor Manoel Diniz, adquiriu noções de francês, português.
história e aritmética, o que lhe serviu, seis anos depois, para fazer os
exames preparatórios no Liceu Paraibano, em João Pessoa. Chegou tarde a
escola, mas ainda criança demonstrou um extraordinário tino comercial,
tanto que antes dos dez anos de idade já negociava com miudezas nas
feira de Misericórdia, São Boa Ventura e São Paulo, hoje Diamante, os
dois últimos, distritos da cidade.
Entre 1913 e 1914 manteve em funcionamento uma grande casa
comercial, no centro da cidade, especializada em miudezas, chapéus,
ferragens e estivas. Em 1915, no entanto, teve que liquidar o seu
comércio. A seca daquele ano o levou a falência. Até algumas cabeças de
gado que possuía teve que vender para pagar aos seus credores de Recife,
onde adquiria as mercadorias que vendia. Nos anos de 1917 e 1918 fez os
exames preparatórios no Liceu Paraibano e foi aprovado no vestibular da
Faculdade de Direito do Recife, onde matriculou-se, mas não pode
frequentá-la por questões de ordem pessoal e política. É que as
autoridades estaduais moviam uma severa campanha contra membros da
família Jenipapo e muitos deles tiveram que ir embora, passando a
residir no Ceará e no Rio Grande do Norte. Pitanga, no entanto, ficou na
Paraíba denunciando seus adversários por todos os meios possíveis.
Com a chegada de João Pessoa ao Palácio da Redenção pode, finalmente, na companhia de José Gomes da Silva,
assumir o comando político do município. A esta altura já era bacharel
em Direito e uma pessoa bastante conhecida nos meios jurídicos e
intelectuais da capital paraibana. O levante de Princesa Isabel o
encontrou em Itaporanga, de arma em punho, lutando contra os
Perrepistas. A sua ação valeu-lhe o cargo de representante do Ministério
Público na comissão que apurava o levante dos comandados de José
Pereira. De Princesa foi para Alagoa Grande como Promotor de Justiça e
dali para Itabaiana.
Em 1934 rompeu com José Gomes e registrou uma legenda eleitoral,
denominada "Reação Cívica", que elegeu três vereadores. No mesmo ano foi
nomeado por Argemiro de Figueiredo para o cargo de Delegado de Ordem
Política e Social, recentemente criado. Em 1937 foi nomeado prefeito de
Antenor Navarro, hoje São João do Rio do Peixe, onde foi surpreendido
pelo surgimento do Estado Novo. Argemiro de Figueiredo passou de
Governador a Interventor e, no dia 8 de dezembro daquele ano, o nomeou
Prefeito de Itaporanga, onde permaneceu até agosto de 1940, quando
Argemiro foi substituído por Ruy Carneiro na Interventoria do Estado.
Ao assumir a Prefeitura Municipal comprou um trator para
conservação das estradas municipais, botou luz nas 7 vilas (distritos)
do município, melhorou o sistema de distribuição de energia da cidade,
construiu um grande mercado publico, com 120 por 88 metros, no local do
atual; levou um cinema para Itaporanga. construiu mercados em São José
do Caiana e Serra Grande, instalou um serviço de alto falante e
implantou vários campos de agricultura mecanizada e postos para a
distribuição gratuita de medicamentos. Pitanga iniciou as obras de um
sodalício onde, anos depois, foi erguido o Itaporanga Esporte Clube.
No seu primeiro mandato construiu um açougue na rua Argemiro de
Figueiredo e estabeleceu a remoção do lixo urbano em carroças de tração
animal. Foi ainda o responsável pelo novo trajeto urbano da cidade. As
ruas da velha Misericórdia eram todas elas construídas no sentido
norte-sul. As novas ruas por ele projetadas são todas no rumo do oeste.
Vejam a Getúlio Vargas (Rua do Limoeiro), a Soares Madruga (rua Pedro
Américo), a Horácio Gomes, 13 de Maio (Raus da Gaveta), São José,
Marques do Herval (rua da Cadeia) hoje Avenida Manoel Medeiros Maia e
outras. Para estimular a construção de prédios nas artérias projetadas
ele próprio mandou edificar uma enorme casa, onde hoje funciona uma
Secretaria Municipal, e um dos maiores hotéis do sertão,
na Getúlio Vargas, O hotel desapareceu e no terreno foi construído o
complexo comercial de Francisco Pinto Brandão e filhos, e a agência do
Banco do Nordeste.
Foi um dos melhores que a Paraíba produziu nos últimos 100 anos.
Acusando ou defendendo sempre prendia a atenção dos jurados, plateia,
juiz e demais integrantes da Corte. Sua inteligência brilhante e a sua
sagacidade eram aplaudidas e reconhecidas por todos. Como político,
sempre fazia valer o seu ponto de vista e foi o único itaporanguense a
passar pela Prefeitura de Itaporanga, em duas oportunidades distintas,
como interventor e como prefeito eleito, pela Assembleia Legislativa e
pela Câmara dos Deputados.
Pitanga conseguiu, a muito custo,
mudar o nome de misericórdia para Itaporanga, o que
foi oficializado decreto-lei estadual nº. 1.164, de 15 de novembro, é
quando pela primeira vez, em documento oficial se lê Itaporanga, ao
invés de Misericórdia
Pitanga era filho de Maximiano de Sousa Conserva e Porfiria Ilovina
Conserva da Silva e nasceu no dia 02 de março de 1896, em Itaporanga.
Casou-se com Maria Regina Guedes Pereira Pitanga e desta união nasceram
Marcelo Maximiano, Frederico Augusto e Maria Alzira. Faleceu no dia 27
de março de 1991, em João Pessoa, e foi sepultado no Cemitério Senhor da
Boa Sentença, na capital paraibana.
Pitanga foi Candidato a "O Itaporanguense do Século" mas obteve apenas 74 votos (4,9%), ficando em quarto lugar.
com Revista Itaporanga, janeiro de 2000 e Revista "O Itaporanguense do Século"
CVN com Itaporanga e sua historia.