O relatório foi entregue ao secretário Cláudio Lima no
dia 20 de outubro, junto com um pedido para que fosse designada uma
equipe especial para investigar o caso
Autor: Redação do Portal
O Portal Correio teve acesso, com exclusividade, ao relatório de uma
investigação paralelo feita pela família do Padre Pedro, brutalmente
assassinado no dia 23 de agosto desde ano, dentro da casa paroquial do
município de Borborema, a 135 quilômetros de João Pessoa. O documento
tem 16 páginas e mostra a possibilidade de uma nova versão para a morte
do religioso. O relatório foi entregue ao secretário de Segurança do
Estado, Cláudio Lima, no dia 20 de outubro, junto com um pedido para que
fosse designada uma equipe especial para investigar o caso. O que não
aconteceu.
De acordo com a investigação feita pela polícia, o padre teria sido
assassinado por dois jovens, que queriam roubar um dinheiro que
existiria dentro de um cofre. Conforme o inquérito entregue à justiça,
são confirmados os autores do crime um ex-coroinha da paróquia e um
adolescente de 15 anos. Além disso, ficou verificado que o ex-coroinha e
o padre teriam tido relações sexuais antes do crime.
No entanto, não é o que revela o relatório da família. O Portal
Correio não vai divulgar o relatório na íntegra para não expor os
depoentes e nem as pessoas envolvidas com o empréstimo, já que a polícia
não oficializou a junção desse relatório. Mas, os vários relatos
expostos no documento ligam o assassinato a uma dívida existente, a qual
padre Pedro teria emprestado o dinheiro e os devedores teriam mandado
matá-lo para encobrir o débito. O documento cita valores de R$ 10 mil,
R$ 21 mil e R$ 60 mil.
No relatório, várias pessoas próximas ao pároco de Borborema apontam
nomes de pessoas que teriam contraído dívida com ele. Essas mesmas
pessoas questionam a investigação da polícia afirmando que padre Pedro
não tinha ligação com pessoas do submundo do crime.
O documento revela também o estranhamento da família, por terem
descoberto que dias após o crime e a perícia realizada no local, pessoas
que estavam limpando a casa paroquial encontraram uma faca suja de
sangue enrolada num tapete, debaixo da pia da cozinha. Familiares da
vítima estranharam esse fato ter passado despercebido pela perícia.
A investigação da polícia
Conforme a polícia, o adolescente de 15 anos apresentou uma primeira
versão, a qual foi descartada (que o padre havia ido a Arara buscar ele o
Lucas – segundo suspeito -; chegando em sua casa se desentenderam pelo
fato de o padre haver assediado, ou seja tentado praticar sexo, assédio
com o jovem). Na segunda versão, a qual o delegado declarou ser a mais
aceitável, o adolescente afirmou que Lucas havia premeditado o crime
dizendo ao adolescente que o padre teria dinheiro guardado em sua casa e
que desde o início havia decidido roubar o cofre e matar o padre pelo
motivo de ser conhecido da vítima.
Na época da investigação, o delegado Diógenes Fernandes, da 2ª
Seccional, acrescentou que, segundo o adolescente, os dois abriram o
cofre e como nada encontraram se frustraram. Foi quando Lucas
surpreendeu o padre com uma gravata e o adolescente desferiu as facadas
com faca de serra caseira. Lucas teria dado uma última facada na direção
do pescoço por acreditar que a vítima ainda poderia estar com vida. O
jovem teria relatado que passaram um bom tempo arrumando e limpando a
cena do crime e, em seguida, fugiram no carro do padre conduzido por
Lucas.
Fonte: Portal Correio