Primeira fase da operação completa dois meses nesta sexta-feira; 31 pessoas já foram presas.
Autor: Redação do Portal
Dois meses depois da deflagração da 1ª fase da Operação Gabarito, que
investiga fraudes em pelo menos 73 concursos públicos, a Polícia Civil
da Paraíba identificou um novo suspeito de fazer parte do grupo que
seria líder do esquema. De acordo com o delegado Lucas Sá, que está à
frente das investigações, o homem seria sócio dos líderes e mandados de
busca e apreensão já foram cumpridos na casa dele, durante as ações da
4ª fase da Operação Gabarito.
As investigações da operação começaram em fevereiro de 2017, após a
polícia receber denúncias anônimas. Desde a realização da primeira fase,
em 7 de maio, até esta sexta-feira (7), 31 pessoas foram presas
suspeitas de participar do esquema. Destas, 23 tiveram a prisão mantida,
três estão em prisão domiciliar e três respondem ao processo em
liberdade.
Mais de 100 pessoas, entre integrantes do grupo e beneficiados, estão
sendo investigadas. A polícia estima que em 12 anos, o grupo
desarticulado na Operação Gabarito movimentou pelo menos R$ 60 milhões
com as fraudes. Parte do dinheiro era investido em imóveis, que
supostamente eram comprados como uma forma de lavar o dinheiro.
Segundo Lucas Sá, além do suspeito identificado, outras pessoas estão
sendo investigadas e novas prisões ainda podem acontecer até o fim da
4ª fase. Dentro desta fase, a polícia cumpriu 12 mandados de busca e
apreensão na casa de novos suspeitos. As buscas foram feitas na paraíba,
em Pernambuco e em Alagoas.
"Nossa meta é reunir provas suficientes para realizar a prisão destas
pessoas, principalmente porque elas podem estar dando continuidade ao
esquema ou até mesmo destruindo provas importantes”, explica o delegado
Lucas Sá.
De acordo com o delegado, o grupo atuava em vários estados, e além
dos dois irmãos apontados como líderes - e presos na primeira etapa -,
outras pessoas tinham autonomia para continuar o esquema de forma
independente.
“Quando os irmãos não queriam ou não podiam atuar em determinado
concurso, eles avisavam para estas pessoas e até mesmo emprestava
equipamentos e “professores”, de forma que outras células do grupo
teriam como atuar em concursos cujas provas ainda não aconteceram e que
estavam no “planejamento das fraudes”, que foi apreendido na casa onde o
grupo se reunia”, explicou o delegado.
Fases da Operação Gabarito
A primeira fase da ‘Gabarito’ foi deflagrada no dia 7 de maio de
2017, durante a realização das provas do concurso do Ministério Público
do Rio Grande do Norte, com a prisão de 19 pessoas. Parte do grupo foi
presa em flagrante com pontos eletrônicos nos locais de prova, em Natal,
e a maioria dos presos estavam em uma casa que funcionava como base da
organização criminosa, no bairro do Cabo Branco, em João Pessoa. Na
residência, estavam dois irmãos que são considerados chefes do grupo,
além de “professores”, que eram responsáveis pela resolução das
questões, e outros integrantes do esquema criminoso.
Suspeito preso em Maceió, Alagoas, foi transferido para a Central de
Polícia em João Pessoa (Foto: Reprodução/TV Cabo Branco) Suspeito preso
em Maceió, Alagoas, foi transferido para a Central de Polícia em João
Pessoa (Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
Suspeito preso em Maceió, Alagoas, foi transferido para a Central de Polícia em João Pessoa (Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
Suspeito preso em Maceió, Alagoas, foi transferido para a Central de Polícia em João Pessoa (Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
Durante a segunda fase, que se encerrou no dia 19 de maio, a polícia
realizou a prisão de outras pessoas identificadas a partir dos
depoimentos dos suspeitos presos na primeira fase. Seis pessoas foram
presas no início da fase e durante as semanas seguintes, outros
foragidos foram detidos. Entre os presos, estão um policial rodoviário
federal, suspeito de chefiar o esquema e um dos sócios do grupo,
responsável pela logística.
Na terceira fase da operação, a polícia prendeu duas pessoas e
cumpriu 16 mandados de busca e apreensão, em João Pessoa e Cabedelo.
Esta etapa consistiu primordialmente em analisar todo o material
apreendido nas outras fases bem como reunir mais provas do funcionamento
do grupo, segundo o delegado. Durante esta fase, 50 contas bancárias de
investigados foram bloqueadas judicialmente.
Terceira fase da Operação Gabarito cumpriu 16 mandados de busca e apreensão de documentos relacionados à quadrilha investigada (Foto: Lucas Sá/DDF - João Pessoa) Terceira fase da Operação Gabarito cumpriu 16 mandados de busca e apreensão de documentos relacionados à quadrilha investigada (Foto: Lucas Sá/DDF - João Pessoa)
Terceira fase da Operação Gabarito cumpriu 16 mandados de busca e apreensão de documentos relacionados à quadrilha investigada (Foto: Lucas Sá/DDF - João Pessoa) Terceira fase da Operação Gabarito cumpriu 16 mandados de busca e apreensão de documentos relacionados à quadrilha investigada (Foto: Lucas Sá/DDF - João Pessoa)
Terceira fase da Operação Gabarito cumpriu 16 mandados de busca e
apreensão de documentos relacionados à quadrilha investigada (Foto:
Lucas Sá/DDF - João Pessoa)
Em junho, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) denunciou 34 pessoas
investigadas na operação. Ao todo, foram duas denúncias feitas pelo
Ministério Público estadual: uma por fraudes em concursos públicos,
associação criminosa, porte ilegal de armas de fogo e lavagem de
dinheiro; a outra por fraudes em concursos, associação criminosa e crime
continuado.
Próxima etapa da investigação
Próxima etapa da investigação
Segundo o delegado Lucas Sá, a 5ª fase da Operação Gabarito pretende
investigar os concursos que teriam sido fraudados pelo esquema.
“Queremos, com isso, identificar quem foram as pessoas beneficiadas.
Para isso, ainda vai ser definida qual a melhor logística para a
investigação, se é reunir os concursos por grupo ou se abre um inquérito
para cada um”, comenta.
Lucas Sá explica ainda que além das investigações da Polícia Civil de
João Pessoa, outras cinco apurações estão sendo feitas paralelamente.
“Já foram entregues relatórios e provas para as polícias federais do
Amazonas e da Paraíba, além das polícias civis de Alagoas, Pernambuco e
Sergipe. Todas estas investigações servem para embasar ainda mais a
denúncia do esquema”, completa.