O homem continua foragido, mas poderá ter a prisão
preventiva decretada pela Justiça a qualquer momento, enquanto o rapaz
que está preso injustamente
Autor: Redação do Portal
Comovidas, centenas de pessoas acompanharam o sepultamento do corpo
do sargento José Gomes da Silva, de 47 anos, ocorrido por volta do
meio-dia desta segunda-feira, 24, no cemitério de Diamante, cidade onde o
policial residia com a família, mas trabalhava no pelotão em Coremas,
onde foi assassinado durante uma festa em um sítio coremense, na
madrugada desse domingo.
Os filhos do sargento, um casal de jovens, esposa e vários familiares
acompanharam o velório e o sepultamento, que foi precedido pela
celebração de uma missa de corpo presente. Dezenas de colegas de J.
Gomes, tanto da PM regional quanto do Ceará, onde seu filho é policial,
também acompanharam o enterro. O sargento estava na polícia havia 26
anos e, ao longo desse tempo, embora tivesse passado por muitas
situações delicadas no exercício policial, perdeu a vida exatamente
quando estava de folga, sem imaginar que seria atacado por um desafeto
em meio a uma multidão, mas foi e terminou não resistindo aos dois tiros
que sofreu.
Instantes depois do crime, policiais militares prenderam um rapaz,
Damião Pereira da Silva, de 31 anos, que foi autuado e recolhido à
cadeia, mas, durante a tarde desse domingo, o delegado José Pereira e
sua equipe descobriram que o homem preso não tinha nenhum envolvimento
com o fato e iniciaram um trabalho de investigação para identificar o
verdadeiro assassino, que se encontra foragido.
Mas ele já foi identificado: trata-se de Damião Guedes de Oliveira,
morador do sítio Logradouro, o mesmo onde ocorreu o crime. Conforme um
tio do acusado, em depoimento ao delegado, na tarde desse domingo, ele
passou por sua casa durante a madrugada pedindo apoio, pois falava que
havia matado uma pessoa, mas o depoente afirmou que se recusou a dar
guarita ao fugitivo, que deixou o local, inclusive levando um tênis
velho do dono da casa, porque havia perdido seus sapatos durante a fuga.
A esposa do acusado também prestou depoimento ao delegado e confessou
que, desde a noite anterior, o marido não aparece em casa e somente na
tarde do domingo é que a mulher disse que soube que ele havia matado um
policial durante a festa e estava foragido. "Ele saiu de casa dizendo
que iria assistir um jogo do Flamengo, e eu nem sabia que ele teria ido
pra festa, e não voltou mais para casa", comentou a mulher.
Conforme o delegado José Pereira, a polícia chegou até Damião Guedes
depois que sua moto foi encontrada por populares abandonada em uma via
precária do sítio onde residia. O veículo tinha as mesmas
características da motocicleta apontada por testemunhas como sendo a do
autor do crime, que fugiu após balear o policial. O delegado também
descobriu que o acusado e a vítima haviam se desentendido durante a
festa e tinham uma rixa antiga em razão de um suposto ciúme que o
acusado nutria em relação ao policial por causa de uma mulher com quem
Damião à época convivia.
O homem continua foragido, mas poderá ter a prisão preventiva
decretada pela Justiça a qualquer momento, enquanto o rapaz que está
preso injustamente poderá ser liberado durante audiência de custódia
nesta terça-feira, 25, no fórum da Justiça de Coremas.
Fonte: Folha do Vale