A
realidade dá razão mais uma vez aos temores e constatações do Professor
Francisco Sarmento sobre a qualidade das obras do Projeto
de Transposição do Rio São Francisco. Ontem (10), um canal do Eixo
Leste arrombou e, com isso, interrompeu-se o fluxo de água para Campina
Grande, via açude de Boqueirão.
O trecho que ruiu fica em Custódia, Pernambuco, próximo à divisa com a Paraíba. Pertence ao Lote 11 de obras, executado pela empreiteira OAS, uma das mais encrencadas na Operação Lava Jato. Para remediar e restabelecer a transposição, começaram a fazer uma pequena barragem dentro do canal, conforme se pode ver na fotografia abaixo.
Mesmo após a conclusão da barragem, ainda não se sabe quando o canal será consertado e novamente posto em uso para a água retomar seu curso no rumo de Monteiro, Camalaú e Boqueirão. Por enquanto, a interrupção não afetou o abastecimento de Campina e região, até por que os 19 municípios do chamado Polo da Borborema ainda não consomem água da Transposição.
Francisco Jácome Sarmento, Professor Doutor de Engenharia Civil da UFPB, é um dos maiores especialistas brasileiros em recursos hídricos. Foi um dos formatadores do Projeto São Francisco no Governo Lula. Em 19 de março deste ano, visitou as obras do Eixo Leste e divulgou sua preocupação com a execução, o andamento e a qualidade das obras da Transposição.
Após a visita, divulgou relatório através desde blog mostrando que no ritmo e na vazão que estava sendo liberada a água para os açudes de Monteiro e Camalaú, era incerto e improvável que o Eixo Leste pudesse abastecer o esgotado açude Epitácio Pessoa (Boqueirão) no prazo anunciado pelo Ministério da Integração.
Após os alertas e advertências do Professor Sarmento, tanto o Ministério como a Agência Estadual de Gestão das Águas (Aesa) correram para tomar as providências que fizeram a água do Velho Chico fluir pelo Rio Paraíba até atingir o açude de boqueirão, que abastece Campina e mais 19 municípios, todos em via de um colapso no abastecimento gerido pela Cagepa.
Fonte Blog Rubens Nobrega