Eles são familiares de um servidor da UFPB suspeito de
fraudar sua aprovação e foram presos por porte ilegal de arma e
falsidade ideológica
Autor: Redação do Portal
Duas pessoas foram presas, na manhã desta terça-feira (30), em João
Pessoa, na terceira fase da Operação Gabarito, que investiga fraudes em
concursos públicos. De acordo com a Polícia Civil, as pessoas detidas
são pai e irmã de um servidor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
que teria ingressado na instituição de forma ilícita.
“Fomos até a residência que consta nos registros do servidor cumprir
mandado de busca e apreensão, mas as circunstâncias encontradas nos
levaram a duas prisões. Descobrimos que suspeito não mora lá, a casa é
do pai dele, com quem encontramos facas e uma arma de fogo. A irmã do
suspeito de fraude se apresentou como advogada, mas quando exigimos a
carteira da OAB ela confessou ser só estudante de Direito. Por isso, foi
presa por falsidade ideológica”, informou a delegada Vanderleia Gadi,
da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF).
Outros 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em vários
bairros da Capital e também em Cabedelo, na Grande João Pessoa. Nas
atividades, foram encontrados aparelhos eletrônicos, atestados médicos,
laudos periciais em branco com marca da Prefeitura de Santa Rita e
documentos relacionados a concursos - como planilha de valores para
cargos públicos e planejamento de fraudes futuras - e a licitações do
Estado de Alagoas.
Após a etapa da operação nesta terça-feira, a Polícia Civil divulgou
que um dos líderes da quadrilha, Vicente Borges, preso na primeira fase
da Gabarito, ocupa o cargo de secretário da Cultura no município Joaquim
Gomes, em Alagoas, distante 63 km da capital Maceió. Ele é genro do
ex-prefeito, que conseguiu eleger o atual gestor. A esposa de Vicente,
Kamilla Marcelino, está em prisão domiciliar.
Dados levantados até o momento apontam que uma quadrilha já fraudou
cerca de 70 concursos em estados do Nordeste, Norte e Sudeste. Em
atuação desde 2005, os criminosos já teriam movimentado, no mínimo, R$
21 milhões. Estima-se que 1.000 pessoas tenham sido beneficiadas pelo
esquema.
Os presos e materiais apreendidos nesta terça-feira foram levados
para a Central de Polícia Civil, no bairro do Geisel. Cópias integrais
de documentos que indicam fraudes em concursos fora da Paraíba serão
encaminhadas à Justiça para instauração de investigações em outros
estados. O procedimento será realizado na quarta fase da Operação
Gabarito, anunciada nesta terça pelo delegado Lucas Sá, que conduz as
investigações.
Fonte: Por Amanda Gabriel