terça-feira, 30 de maio de 2017

Pai e filha são presos em operação que investiga fraudes em concursos, na Paraíba


Eles são familiares de um servidor da UFPB suspeito de fraudar sua aprovação e foram presos por porte ilegal de arma e falsidade ideológica
Autor: Redação do Portal
Documentos apreendidos pela Operação GabaritoDuas pessoas foram presas, na manhã desta terça-feira (30), em João Pessoa, na terceira fase da Operação Gabarito, que investiga fraudes em concursos públicos. De acordo com a Polícia Civil, as pessoas detidas são pai e irmã de um servidor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) que teria ingressado na instituição de forma ilícita.


“Fomos até a residência que consta nos registros do servidor cumprir mandado de busca e apreensão, mas as circunstâncias encontradas nos levaram a duas prisões. Descobrimos que suspeito não mora lá, a casa é do pai dele, com quem encontramos facas e uma arma de fogo. A irmã do suspeito de fraude se apresentou como advogada, mas quando exigimos a carteira da OAB ela confessou ser só estudante de Direito. Por isso, foi presa por falsidade ideológica”, informou a delegada Vanderleia Gadi, da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF).

Outros 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em vários bairros da Capital e também em Cabedelo, na Grande João Pessoa. Nas atividades, foram encontrados aparelhos eletrônicos, atestados médicos, laudos periciais em branco com marca da Prefeitura de Santa Rita e documentos relacionados a concursos - como planilha de valores para cargos públicos e planejamento de fraudes futuras - e a licitações do Estado de Alagoas.

Após a etapa da operação nesta terça-feira, a Polícia Civil divulgou que um dos líderes da quadrilha, Vicente Borges, preso na primeira fase da Gabarito, ocupa o cargo de secretário da Cultura no município Joaquim Gomes, em Alagoas, distante 63 km da capital Maceió. Ele é genro do ex-prefeito, que conseguiu eleger o atual gestor. A esposa de Vicente, Kamilla Marcelino, está em prisão domiciliar.

Dados levantados até o momento apontam que uma quadrilha já fraudou cerca de 70 concursos em estados do Nordeste, Norte e Sudeste. Em atuação desde 2005, os criminosos já teriam movimentado, no mínimo, R$ 21 milhões. Estima-se que 1.000 pessoas tenham sido beneficiadas pelo esquema.

Os presos e materiais apreendidos nesta terça-feira foram levados para a Central de Polícia Civil, no bairro do Geisel. Cópias integrais de documentos que indicam fraudes em concursos fora da Paraíba serão encaminhadas à Justiça para instauração de investigações em outros estados. O procedimento será realizado na quarta fase da Operação Gabarito, anunciada nesta terça pelo delegado Lucas Sá, que conduz as investigações.  

Fonte: Por Amanda Gabriel