“Não poderíamos ficar apenas na prisão da quadrilha,
porque as pessoas que compraram a aprovação também cometeram crime e
precisam ser punidas. Iremos deflagrar várias outras fases da operação,
com abertura de vários outros inquéritos”, disse.
Autor: Redação do Portal
A demora dos trâmites judiciais já começa a facilitar a vida dos
suspeitos aprovados em concursos públicos mediante fraude, que estão
sendo procurados pela polícia. Nesta quarta-feira (10), a Delegacia de
Defraudações e Falsificações (DDF-JP), que investiga a ação de uma
quadrilha paraibana que fraudava concursos em todo Brasil, confirmou que
dois clientes do bando já fugiram da Paraíba. Enquanto isso, a 4ª Vara
Criminal retém 21 pedidos de prisão, feitos na terça-feira pelo delegado
Lucas Sá e impede que a polícia prenda os envolvidos.
Segundo o delegado Lucas Sá, os pedidos de prisão são das pessoas que
contrataram os serviços da quadrilha, para serem aprovadas em concursos
de várias cidades de forma fraudulenta. No último final de semana foram
presos os líderes e demais operadores da quadrilha, além de alguns
concursados que compraram o resultado das provas. A estimativa é que o
total de envolvidos passe de 500.
“Não poderíamos ficar apenas na prisão
da quadrilha, porque as pessoas que compraram a aprovação também
cometeram crime e precisam ser punidas. Iremos deflagrar várias outras
fases da operação, com abertura de vários outros inquéritos”, disse.
Além dos presos no final de semana, 21 falsários aprovados já foram
identificados e o delegado pediu a 4ª Vara Criminal que decretasse a
prisão dos suspeitos. No entanto, com a divulgação da Operação Gabarito e
do esquema criminoso investigado, Lucas Sá temia que essas pessoas
fugissem para não ser presos. Ontem, a suspeita começou a se confirmar.
“Já temos a confirmação de que dois deles colocaram atestado médico, no
emprego público em que estão e já fugiram para outros estados. Isso é
muito ruim para a investigação. Eu pedi a decretação das prisões em
caráter de urgência, justamente para evitar essas fugas, mas a juíza
disse que talvez só analisasse os pedidos na próxima semana”, contou.
A reportagem tentou ouvir a juíza Lua Yamaoka Mariz Maia, que está
respondendo pela 4ª Vara Criminal, mas não conseguiu contato até o
fechamento desta edição.
O serviço criminoso era divulgado em cursinhos e através de redes
sociais. Mediante o pagamento de valores que iam de R$ 50 mil a R$ 150
mil, o candidato receberia, no dia da prova, através de um moderno
sistema de ponto eletrônico, as respostas da prova.