Segundo tenente-coronel, menina praticou automutilação e subiu em teto de colégio de João Pessoa.
Polícia Militar recebeu informações de que uma adolescente de 14 anos
estava participando de um suposto jogo de incentivo ao suicídio - o
“desafio da Baleia Azul”, em João Pessoa. Segundo o coordenador do
Centro Integrado de Operações Policiais da Paraíba (Ciop),
tenente-coronel Arnaldo Sobrinho, ela teria praticado automutilação e
subido no teto da escola onde estuda, no Centro da cidade.
“Falei com familiares dela, que confirmaram que, há cerca de 25 dias,
a menina apresentou um comportamento de mutilação, fazendo cortes no
braço, e chegou a subir no teto da escola. Eles não entenderam o porquê
na hora, ela chegou a ser suspensa, mas, depois do alerta [da polícia
sobre a investigação do suposto "desafio da Baleia Azul"] na semana
passada, eles reportaram o caso. Eles quebraram o celular da menina e
ela deixou de jogar”, comentou Sobrinho.
Além desse caso, o tenente-coronel também recebeu outros relatos de
situações semelhantes na Paraíba. Ele explicou que recebeu imagens de
participação de alunos de uma escola da Zona Sul de João Pessoa e de
outro caso em Guarabira, em que uma pessoa já estaria no nível 10 do
"jogo". Também foram recebidos relatos de participações do jogo em
outras regiões do país, a exemplo do Acre e Minas Gerais.
Sobrinho, que, além de policial militar, é coordenador executivo do
escritório brasileiro da Associação Internacional de Prevenção ao Crime
Cibernético, explicou que está reunindo todos esses casos em um
relatório para enviar para as polícias Civil e Federal. “A ideia é
produzir um relatório mais circunstanciado com essas situações. Esse
caso requer que a gente junte materiais, até para as polícias Civil e
Federal, que têm competência de apuração, terem subsídio para investigar
com mais profundidade”, explicou.
De acordo com Sobrinho, as pessoas que jogam não gostam de explicar o
que aconteceu porque sofrem ameaças dos curadores. Para ele, é possível
perceber que existem curadores gerenciando os jogos a partir dos
Estados Unidos.
“As famílias, de um modo geral, não desejam exposição. Como foi essa
situação da adolescente, como eles já conseguiram reverter o processo,
não têm interesse em divulgar. Eles precisam muito de apoio psicológico,
então a atuação policial tem que ser feita com muito cuidado”, pontuou.
Investigação da 'Baleia Azul' em João Pessoa
Na terça-feira (11), o coronel publicou em seu perfil no Facebook um
alerta para pais de crianças e adolescentes de João Pessoa, explicando
que as pessoas estariam sendo coagidas a participar do jogo por meio das
redes sociais.
De acordo com ele, os estudantes da escola explicavam como funcionava
o "desafio da Baleia Azul" por meio de troca de mensagens no WhatsApp.
“É um jogo Russo [...] são 50 desafios, você começa ouvindo músicas
psicodélicas, e o instrutor só te libera para dar início ao jogo às 4:20
da manhã... e os desafios que você for fazendo, [...] o último desafio
de número 50 é tirar a própria vida, dando aí fim ao jogo”, diz uma das
mensagens, divulgada pelo coordenador do Ciop.
Fonte: Redação do Portal Vale do Piancó Notícias com G1