quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Polícia e hospitais se mobilizam contra 'golpe da UTI' que está fazendo vítimas na PB


Golpe já teria feito pelo menos três vítimas nos hospitais de Trauma e da Unimed, ambos em João Pessoa, além do Hospital Universitário Alcides Carneiro, em Campina Grande
Autor: Redação do Portal
Polícia CivilFamiliares de pacientes internados em hospitais públicos e privados de João Pessoa e Campina Grande acionaram a polícia para que investigue o chamado ‘golpe da UTI’. O crime acontece quando bandidos se passam por funcionários de hospitais e ligam para as vítimas, relatando piora no estado de saúde do doente, cobrando até R$ 3 mil por procedimentos que normalmente são gratuitos ou cobertos por planos de saúde.

O golpe já teria feito pelo menos três vítimas nos hospitais de Trauma e da Unimed, ambos em João Pessoa, além do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande.

De acordo com o delegado Lucas Sá, da Delegacia de Defraudações e Falsificações de João Pessoa, os bandidos conseguem acesso a informações dos pacientes, como número de documentos pessoais, idade, telefone, estado clínico e até detalhes dos prontuários de atendimento.

“Os bandidos conseguem nomes, documentos e endereços de chefes de departamentos da Saúde, se passam por essas pessoas e obtêm acesso a prontuários de pacientes em diversos hospitais. Com os dados, eles buscam pacientes que estejam com saúde debilitada e, se passando por funcionários dos hospitais, entram em contato com familiares dessas pessoas, afirmando que o paciente piorou e que precisa de um medicamento ou exame caro, não coberto pelo SUS ou pelo plano de saúde, e as vítimas, com receio de perder o parente e sofrendo pressão psicológica, terminam depositando o valor pedido, caindo no golpe”, contou o delegado.
Ainda segundo o delgado, os criminosos afirmam que o valor depositado será devolvido em alguns dias, o que não acontece.

“Não é um golpe novo, mas está preocupando a polícia porque as pessoas ficam fragilizadas emocionalmente pelo parente internado e caem no golpe. É preciso que a população fique atenta e, caso receba ligações desse tipo, desconfie, ligue para o hospital para relatar o ocorrido e acionem a polícia para que possamos abrir investigação e prender os criminosos”, concluiu o delegado.

O Portal Correio procurou o Trauma da Capital para que a unidade informasse se tem conhecimento de casos que envolvem fraudes a pacientes. Segundo a assessoria do hospital, o último caso relatado como tentativa do 'golpe da UTI' foi registrado em novembro, mas a família do paciente não chegou a cair no golpe.

Ainda segundo a assessoria do Trauma, o setor jurídico da unidade acompanhou as vítimas até a delegacia para registro da ocorrência e aguarda solicitação da Polícia Civil para colaborar com a investigação.

O HULW informou por meio da assessoria de comunicação e da ouvidoria que não possui registro de pacientes vítimas do ‘golpe da UTI’, mas que orienta as pessoas atendidas na unidade que todos os procedimentos médicos realizados são gratuitos.

Em nota, o HUAC afirmou que familiares de pacientes atendidos na unidade estão recebendo ligações de pessoas solicitando dinheiro para a realização de exames ou compra de medicamentos.

“A direção alerta que esses contatos ou ligações telefônicas representam um golpe e orienta a população que, ao receber pessoas ou ligações com esse propósito, comuniquem imediatamente à polícia. O HUAC é um hospital público, gratuito, com atendimento exclusivo pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e não solicita pagamento por nenhum serviço ou material”, diz a nota.
Procurada pelo Portal Correio para se posicionar sobre o assunto, a assessoria de comunicação da Unimed disse que houve casos no hospital e disse que tomou todas as providências com as autoridades.

"A Unimed João Pessoa esclarece que não faz cobrança de procedimentos assistenciais por telefone. Em relação à denúncia de tentativa de golpe citada, informa que já tomou todas as providências junto às autoridades competentes. Reforça, ainda, que os familiares devem procurar a equipe médica, presencialmente, para se informar sobre o quadro clínico do paciente".  

Fonte: Por Halan Azevedo