A Polícia Civil da Paraíba prendeu, na tarde dessa segunda-feira (13), em Campina Grande, o pai e a mãe, de 18 e 20 anos,
respectivamente, de uma bebê de oito meses. O casal é suspeito de maus
tratos contra a criança, que provocaram nela diversas lesões, fraturas e
a deixaram cega de um dos olhos. A detenção foi divulgada pela polícia
na noite desta terça-feira (14).
Segundo a delegada Alba Tânia, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Infância e Juventude de Campina Grande, a criança deu entrada, em pelo menos três oportunidades entre os meses de dezembro de 2016 e janeiro deste ano, em diferentes hospitais com lesões e fraturas pelo corpo.
No primeiro registro, de acordo com a delegada, a criança foi levada para um hospital com ferimentos da cabeça. Dias depois, a vítima foi novamente atendida com um quadro de febre e apresentou fraturas nas pernas. No terceiro atendimento, já em janeiro, mais uma vez a bebê teve lesões na cabeça, que causaram sangramento cerebral e a cegueira em um dos olhos.
“Um hospital acionou o Conselho Tutelar e, desde janeiro, por prevenção, os pais não tinham acesso à criança”, disse Alba Tânia, revelando que os suspeitos alegaram à polícia que os ferimentos teriam sido causados por quedas. A criança foi conduzida a um abrigo, onde se recupera. Na semana passada, ela foi submetida a uma cirurgia que poderia possibilitar o fim da cegueira, mas o retorno da visão não foi constatado.
“Não conseguimos provar que os pais tenham tido a intenção de agredir a menina, mas está claro que as lesões foram causadas por maus tratos gravíssimos cometidos por eles”, acrescentou a delegada.
O casal foi preso durante cumprimento de um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça. Eles foram encontrados em uma casa nova, onde passaram a viver após o afastamento da filha. Eles prestaram depoimentos e, após audiências de custódia, o pai foi encaminhado para a penitenciária Padrão de Campina Grande e a mãe para o Presídio Feminino, também na cidade.
O pai da criança, ainda de acordo com a delegada, era foragido do Lar do Garoto, em Lagoa Seca, na Região Metropolitana de Campina Grande, onde já cumpria medida socioeducativa por suspeita de tentativa de latrocínio.
Fonte Portal Correio