A
falta de oxigênio provocou a morte de quatro homens em um poço na
cidade Barra de São Miguel, no Cariri paraibano, a 230 km de João
Pessoa, nessa quinta-feira (12). A constatação é
de Robson Félix, perito criminal do setor de engenharia forense do
Instituto de Polícia Científica (IPC) da Paraíba. A Asfixia foi a causa
dos acidentes que levaram à morte dos quatro agricultores e deixaram
outro hospitalizado. O especialista recomenda a não utilização da água
dos locais onde ocorreram as mortes.
Em entrevista à TV Correio, o perito explicou que foi encontrada uma baixa concentração de oxigênio no reservatório de pouco mais de 5 metros de profundidade, o que é anormal para esse tipo de poço. A hipótese é de que a água tenha sido contaminada por agrotóxico.
“Voltamos do local muito preocupado com a situação que encontramos nos dois poços que ocorreram os acidentes. Usamos equipamentos e detectamos um baixíssimo índice de oxigênio, cerca de 4%. O normal é atingir 19%. Não foram encontrados vestígios de gases tóxicos”, explicou.
Félix disse ainda que amostras da água foram coletadas para análises no IPC de João Pessoa para investigar se o líquido está contaminado. “A suspeita inicial é de que a água do poço possa está contaminada por agrotóxicos tendo em vista que perto há plantões de feijão e pimentões. Vamos analisar se o lençol freático está contaminado ou se foi jogado o veneno no poço.
“Importante as pessoas manterem distância dos poços e não consumirem a água até a conclusão da perícia, que vai precisar se está havendo uma reação química na água armazenada no poço”, alertou Robson Félix. O laudo final deverá ser divulgado em 10 dais.
Entenda o caso
As vítimas estavam limpando um poço quando, segundo familiares, inalaram um cheiro forte semelhante a veneno e passaram mal. Uma quinta pessoa também passou pela mesma situação em um segundo poço na localidade.
A esposa do agricultor que sobreviveu contou que ele iria começar a limpar o poço perto de casa, mas, ao chegar no meio da escada, desmaiou e só foi salvo porque estava amarrado em uma corda.
“Eu soube dos homens que morreram, mas foi em outro lugar. Meu marido só não morreu também porque entrou com uma corda amarrada na cintura e, quando chegou ao meio da escada, desmaiou com o mal cheiro da água e um amigo o puxou para fora”, contou a mulher.
Fonte Por Hyldo Pereira