Técnico da Emepa indica que o mel da Região Nordeste
está entre os melhores do mundo e a Paraíba não está fora deste cenário;
Estado produz cerca de 650 toneladas de mel por ano
Autor: Redação do Portal
Por meio da Gestão Unificada Emepa-Interpa-Emater, o governo do
estado desenvolve ações para expandir o mercado de mel de abelhas na
Paraíba, que vem se destacando no cenário nacional e, segundo o técnico
Leon Denis Batista do Carmo, da Emepa, pode gerar mais de 300% de lucro
aos produtores.
Entre as medidas adotadas pela gestão para o crescimento
da atividade, está a instalação de uma apiário com dez colmeias no
município de Caturité, na região do Cariri, a 133 km de João Pessoa.
O apiário instalado em Caturité é acompanhado por pesquisadores do
setor de apicultura (criação de abelhas com ferrão) e meliponicultura
(criação de abelhas sem ferrão). Um dos objetivos é a formação de
famílias capacitadas para lidar com novas técnicas de manejo avançado
com abelhas. O projeto teve início em maio deste ano. Um mês depois, as
colmeias com produção fraca já apresentam desenvolvimento elevado, com
algumas triplicando de tamanho, o que tem deixado o grupo de
pesquisadores otimista.
O técnico Leon Denis disse que o objetivo principal do projeto é o
aumento da produtividade das colmeias que hoje, na Paraíba, é de 17,6 kg
de mel por colmeia/ano. “A meta é chegar numa produtividade de 40 kg de
mel por colmeia/ano no primeiro ano, até atingirmos os 60 kg nos anos
consecutivos”, afirmou. “Vale ressaltar que tudo está no começo e que
temos muito ainda a adaptar às nossas condições de Semiárido, mas já é
possível observar um diferencial na realidade de nossas colmeias”,
acrescentou.
Além de promover o aumento da renda dos apicultores envolvidos, a
proposta consiste em trabalhar a alta produtividade de colmeias,
evitando a perda de enxames mesmo na escassez de alimento. Desenvolvida
na Argentina, a técnica chegou ao Brasil pelo Mato Grosso do Sul e a
Emepa-PB adaptou a metodologia para a região, buscando resgatar a
apicultura por conta das secas que dizimaram em quase 100% essa
atividade.
Sobre a perspectiva de lucro citada, acima de 300%, Leon Denis disse
que esse é “um percentual que não se consegue em nenhuma atividade do
setor agropecuário”. Segundo ele, o mel da Região Nordeste está entre os
melhores do mundo. A Paraíba não está fora deste cenário, pois ocupa
atualmente o segundo lugar regional em relação à estrutura física para
beneficiamento de mel, além de possuir um entreposto com capacidade para
exportação.
O presidente da Gestão Unificada, Nivaldo Magalhães, afirmou que o
Estado tem condições de fazer da apicultura uma das principais
atividades do setor agropecuário. “Para isso, temos investido muito em
pesquisa para que possamos dinamizar ainda mais a produção de mel, além
de oferecermos qualidade ao produto, ressaltou.
A partir de agosto, as tecnologias desenvolvidas pela Emepa serão
repassadas aos apicultores interessados, por meio de visitas técnicas
aos apiários, num trabalho conjunto com a Emater e outros parceiros.
Ranking
A produção brasileira de mel atualmente é de aproximadamente 45 mil
toneladas anuais. O Nordeste ocupa o segundo lugar em produção e
exportação. A Paraíba, segundo estudo de 2013/2014, através de projeto
de pesquisa da Emepa/BNB, possui uma produção anual em torno de 650
toneladas de mel. No mesmo período, mais de duas mil colmeias foram
distribuídas pelo governo do estado através do Projeto Cooperar.