segunda-feira, 4 de julho de 2016

Produção de mel cresce na Paraíba e atividade pode gerar lucro de mais de 300 por cento


Técnico da Emepa indica que o mel da Região Nordeste está entre os melhores do mundo e a Paraíba não está fora deste cenário; Estado produz cerca de 650 toneladas de mel por ano
Autor: Redação do Portal
Crescimento da produção deixa pesquisadores otimistasPor meio da Gestão Unificada Emepa-Interpa-Emater, o governo do estado desenvolve ações para expandir o mercado de mel de abelhas na Paraíba, que vem se destacando no cenário nacional e, segundo o técnico Leon Denis Batista do Carmo, da Emepa, pode gerar mais de 300% de lucro aos produtores.
Entre as medidas adotadas pela gestão para o crescimento da atividade, está a instalação de uma apiário com dez colmeias no município de Caturité, na região do Cariri, a 133 km de João Pessoa.
O apiário instalado em Caturité é acompanhado por pesquisadores do setor de apicultura (criação de abelhas com ferrão) e meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão). Um dos objetivos é a formação de famílias capacitadas para lidar com novas técnicas de manejo avançado com abelhas. O projeto teve início em maio deste ano. Um mês depois, as colmeias com produção fraca já apresentam desenvolvimento elevado, com algumas triplicando de tamanho, o que tem deixado o grupo de pesquisadores otimista.
O técnico Leon Denis disse que o objetivo principal do projeto é o aumento da produtividade das colmeias que hoje, na Paraíba, é de 17,6 kg de mel por colmeia/ano. “A meta é chegar numa produtividade de 40 kg de mel por colmeia/ano no primeiro ano, até atingirmos os 60 kg nos anos consecutivos”, afirmou. “Vale ressaltar que tudo está no começo e que temos muito ainda a adaptar às nossas condições de Semiárido, mas já é possível observar um diferencial na realidade de nossas colmeias”, acrescentou.
Além de promover o aumento da renda dos apicultores envolvidos, a proposta consiste em trabalhar a alta produtividade de colmeias, evitando a perda de enxames mesmo na escassez de alimento. Desenvolvida na Argentina, a técnica chegou ao Brasil pelo Mato Grosso do Sul e a Emepa-PB adaptou a metodologia para a região, buscando resgatar a apicultura por conta das secas que dizimaram em quase 100% essa atividade.
Sobre a perspectiva de lucro citada, acima de 300%, Leon Denis disse que esse é “um percentual que não se consegue em nenhuma atividade do setor agropecuário”. Segundo ele, o mel da Região Nordeste está entre os melhores do mundo. A Paraíba não está fora deste cenário, pois ocupa atualmente o segundo lugar regional em relação à estrutura física para beneficiamento de mel, além de possuir um entreposto com capacidade para exportação.
O presidente da Gestão Unificada, Nivaldo Magalhães, afirmou que o Estado tem condições de fazer da apicultura uma das principais atividades do setor agropecuário. “Para isso, temos investido muito em pesquisa para que possamos dinamizar ainda mais a produção de mel, além de oferecermos qualidade ao produto, ressaltou.
A partir de agosto, as tecnologias desenvolvidas pela Emepa serão repassadas aos apicultores interessados, por meio de visitas técnicas aos apiários, num trabalho conjunto com a Emater e outros parceiros.
Ranking
A produção brasileira de mel atualmente é de aproximadamente 45 mil toneladas anuais. O Nordeste ocupa o segundo lugar em produção e exportação. A Paraíba, segundo estudo de 2013/2014, através de projeto de pesquisa da Emepa/BNB, possui uma produção anual em torno de 650 toneladas de mel. No mesmo período, mais de duas mil colmeias foram distribuídas pelo governo do estado através do Projeto Cooperar. 
Crescimento da produção deixa pesquisadores otimistas
Crescimento da produção deixa pesquisadores otimistas
Fonte: Portal Correio