Com baixa imunidade e
desidratação provenientes supostamente da virose transmitida pelo
mosquito aedes aegypty, resultando em outras complicações clinicas, mais
três idosas faleceram em Itaporanga. Duas delas somente nas últimas 36
horas, e não foram as únicas vítimas da epidemia que castiga Itaporanga:
o caso mais dramático foi de um jovem de 28 anos, José Hélio Rufino,
que faleceu na madrugada dessa quinta-feira, 10, despois de apresentar
uma grave hemorragia. Familiares e amigos estão muito abalados
emocionalmente.
Conforme dona Daguia,
mãe do rapaz, que está inconformada com a morte do seu único filho
homem, o jovem apresentou febre alta, dores e inchaço nas articulações
há duas semanas, sintomas característicos da chyncungunya. Seu quadro
agravou-se nessa segunda-feira, 7, quando ele foi levado pelo Samu para o
hospital de Itaporanga, mas, como não tinha vaga, terminou removido ao
regional de Piancó, mas não teve melhora: apresentou um quadro de grave
hemorragia, com vômitos sanguinolentos, e foi levado para um centro
hospitalar de Campina Grande, onde faleceu.
A mãe se queixa da
precariedade do atendimento no hospital de Piancó, onde o jovem, que era
solteiro, passou um dia internado, mas não havia nem soro glicosado,
conforme ela, que reside na Rua Expedito Basílio, centro de Itaporanga, e
onde o corpo está sendo velado. “Comentaram no hospital de Piancó que
seria dengue hemorrágica, mas não sei o que os médicos atestaram em
Campina Grande, mas eu acredito que tenha sido alguma coisa desse tipo,
porque meu filho, apesar de beber, era uma pessoa sadia, e só se acamou
depois que pegou essa doença do mosquito”, comentou emocionada a mãe.
Morte de idosos: duas
das três idosas falecidas apresentaram os mesmos sintomas e um fim
parecido: Neci Cavalcante Alves, conhecida como Pequena, de 69 anos,
moradora da Rua Argemiro de Figueiredo, e Terezinha Soares da Silva, de
85, que residia na Rua Santo Antônio, tiveram, entre outros sintomas,
dores, febre alta e grave diarreia. Chegaram a ser levadas ao hospital
de Itaporanga, onde tomaram soro e foram liberadas para casa, sofrendo
um agravamento em seu quadro clínico.
Dona Terezinha faleceu
em casa, no último dia 2, enquanto Neci chegou a ser levada para o
hospital de Piancó, onde faleceu nessa quarta-feira, 9, e eu corpo foi
sepultado nesta quinta. O filho de Teresinha Soares, conhecido como Neto
Xanha, protestou contra o hospital de Itaporanga: “Deram um soro e uma
dipirona nela, únicos remédios que parecem que eles têm lá, e mandaram
ela para casa, onde minha mãe terminou morrendo, porque a diarreia era
forte demais ”, disse em tom de revolta.
A outra idosa, Antônio
Barreiro Rodrigues, de 82 anos, que morava na Rua Horácio Gomes, foi
sepultada nessa quarta-feira, 9. Sua morte ocorreu na véspera em Patos,
mas, conforme familiares, sua primeira internação foi no hospital de
Itaporanga motivada pela virose, resultando, como se supõe, em outras
enfermidades fatais para uma pessoa já de idade avançada.
Em pouco mais de um mês,
somente em Itaporanga, já são 12 mortes de pessoas, a maioria idosos,
que vinheram a óbito depois de contrair as doenças virais transmitidas
pelo mosquito. A epidemia já infectou mais da metade da população urbana
local e continua descontrolada, mas o governo permanece omisso. Faltam
ações fortes de combate e controle do mosquito e melhoria hospitalar
para o enfrentamento clínico da epidemia.
Fonte Folha do Vali