Caso foi destaque em edição do Fantástico da TV Globo.
Empresários estariam retirando água de canal sem autorização.
Um mês após os desvios de água no Canal da Redenção, no município de Sousa, no Sertão paraibano, terem ganhado repercussão nacional, por meio de denúncias veiculadas no Fantástico no dia 21 de fevereiro, o roubo de água continua, segundo agricultores da região. De acordo com o agricultor Wigno Marques, pelo menos oito empresários estão se beneficiando da água irregularmente e a fiscalização é insuficiente.
O canal, que tem 37 quilômetros de extensão, foi construído há mais de 20 anos com o intuito de irrigar 181 propriedades na região de Sousa. A água é retirada do Açude Mãe D'água, em Coremas, e corre pelo canal. É nesse percurso, antes de chegar aos agricultores que pertencem ao Distrito de Irrigação do perímetro Irrigado Várzeas de Sousa (Dpivas), que a água é desviada, segundo os agricultores.
Em um relatório divulgado em 2013, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) constatou más condições na estrutura, como placas de concreto danificadas, obstrução do canal por rochas, acúmulo de lodo, impurezas e extravasamento das águas que resultam em desperdício de água. Por fim, o TCE enfatizou que foram encontrados mais de 120 pontos de utilização do canal sem autorização.
O também agricultor e conselheiro do Dpivas Ednaldo Nascimento diz que a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) prometeu se reunir para debater os casos, mas até a sexta-feira (18) nada foi agendado. "A gente espera sentar com o governo para conversar e resolver isso. Nós estamos sendo prejudicados pelos desvios e nada é feito pelo Governo. A Aesa fiscaliza de dia, o pessoal rouba à noite. E vice-versa", relatou.
Ednaldo Nascimento relatou que perdeu 80% do potencial de produção por causa da diminuição do fornecimento de água para os produtores. Segundo ele, a captação no Açude Mãe D'Água está sendo de 650 litros por segundo, mas, por causa dos desvios ao longo do canal, apenas 300 litros chegam aos agricultores.
"Foi um baque muito grande. Tivemos que fazer racionamento para poupar a água e para manter a cultura perene. Eu trabalho com hortaliças e está muito difícil. Além do desvios no canal, tem a falta de chuva também", disse Ednaldo.
Por sua vez, o presidente da Aesa, João Fernandes, afirmou que os desvios estão sendo combatidos e reclama que os agricultores não estão reportando à Aesa os desvios. "Eles não nos apresentaram os problemas. Nós fazemos fiscalizações sim, mas não temos condições de deixar pessoas 24 horas percorrendo o canal. A Aesa realizou até ações surpresas durante à noite para coibir os desvios", disse.
João Fernandes também diz que o relatório do TCE está fora da realidade, já que foi finalizado em 2013. "Desde aquela época nós estamos fazendo diversas ações para melhorar as condições tanto estruturais quanto em relação ao roubo das águas. Muitos já foram multados. A Aesa está atenta a isso. Só basta denunciar", afirmou.
O coordenador do Dpivas, Wigno Marques, lamenta que o roubo de água continue acontecendo. "Muitas pessoas estão sendo prejudicadas. Atualmente, são 178 pequenos irrigantes assentados pelo governo estadual, 141 famílias assentadas pelo Incra e mais três empresas autorizadas para fazer a retirada. O restante é irregular. Não houve movimentação nem do TCE e nem da Aesa para resolver", afirmou.
O G1 entrou em contato com o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba para saber o posicionamento do órgão a respeito das declarações do Dpivas, mas até o fechamento desta reportagem nenhuma resposta foi enviada.
Empresários estariam retirando água de canal sem autorização.
Um mês após os desvios de água no Canal da Redenção, no município de Sousa, no Sertão paraibano, terem ganhado repercussão nacional, por meio de denúncias veiculadas no Fantástico no dia 21 de fevereiro, o roubo de água continua, segundo agricultores da região. De acordo com o agricultor Wigno Marques, pelo menos oito empresários estão se beneficiando da água irregularmente e a fiscalização é insuficiente.
O canal, que tem 37 quilômetros de extensão, foi construído há mais de 20 anos com o intuito de irrigar 181 propriedades na região de Sousa. A água é retirada do Açude Mãe D'água, em Coremas, e corre pelo canal. É nesse percurso, antes de chegar aos agricultores que pertencem ao Distrito de Irrigação do perímetro Irrigado Várzeas de Sousa (Dpivas), que a água é desviada, segundo os agricultores.
Em um relatório divulgado em 2013, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) constatou más condições na estrutura, como placas de concreto danificadas, obstrução do canal por rochas, acúmulo de lodo, impurezas e extravasamento das águas que resultam em desperdício de água. Por fim, o TCE enfatizou que foram encontrados mais de 120 pontos de utilização do canal sem autorização.
O também agricultor e conselheiro do Dpivas Ednaldo Nascimento diz que a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) prometeu se reunir para debater os casos, mas até a sexta-feira (18) nada foi agendado. "A gente espera sentar com o governo para conversar e resolver isso. Nós estamos sendo prejudicados pelos desvios e nada é feito pelo Governo. A Aesa fiscaliza de dia, o pessoal rouba à noite. E vice-versa", relatou.
Ednaldo Nascimento relatou que perdeu 80% do potencial de produção por causa da diminuição do fornecimento de água para os produtores. Segundo ele, a captação no Açude Mãe D'Água está sendo de 650 litros por segundo, mas, por causa dos desvios ao longo do canal, apenas 300 litros chegam aos agricultores.
"Foi um baque muito grande. Tivemos que fazer racionamento para poupar a água e para manter a cultura perene. Eu trabalho com hortaliças e está muito difícil. Além do desvios no canal, tem a falta de chuva também", disse Ednaldo.
Por sua vez, o presidente da Aesa, João Fernandes, afirmou que os desvios estão sendo combatidos e reclama que os agricultores não estão reportando à Aesa os desvios. "Eles não nos apresentaram os problemas. Nós fazemos fiscalizações sim, mas não temos condições de deixar pessoas 24 horas percorrendo o canal. A Aesa realizou até ações surpresas durante à noite para coibir os desvios", disse.
João Fernandes também diz que o relatório do TCE está fora da realidade, já que foi finalizado em 2013. "Desde aquela época nós estamos fazendo diversas ações para melhorar as condições tanto estruturais quanto em relação ao roubo das águas. Muitos já foram multados. A Aesa está atenta a isso. Só basta denunciar", afirmou.
O coordenador do Dpivas, Wigno Marques, lamenta que o roubo de água continue acontecendo. "Muitas pessoas estão sendo prejudicadas. Atualmente, são 178 pequenos irrigantes assentados pelo governo estadual, 141 famílias assentadas pelo Incra e mais três empresas autorizadas para fazer a retirada. O restante é irregular. Não houve movimentação nem do TCE e nem da Aesa para resolver", afirmou.
O G1 entrou em contato com o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba para saber o posicionamento do órgão a respeito das declarações do Dpivas, mas até o fechamento desta reportagem nenhuma resposta foi enviada.
Fonte G1 PARAIBA