Cadê o dinheiro que tava aqui é o nome do quadro
A cidade de Cajazeiras e diversos
outros municípios do estado praticamente pararam, na noite deste domingo
(14), para assistirem o programa fantástico, mas especificamente o
quadro “cadê o dinheiro que tava aqui”, que apresentou uma ampla
reportagem sobre a operação andaime, esquema que figurou entre os cem
maiores casos de corrupção do país no ano de 2015 e que, segundo a
reportagem, envolveu o desvio de mais de 200 milhões de reais em cerca
de 80 municípios da Paraíba, a partir da cidade de Cajazeiras.
Com chamadas no intervalo do programa,
intitulando o esquema como o pulo do rato, ao invés do conhecido pulo do
gato, o fantástico da rede globo reservou 10 minutos do festejado
programa, em rede nacional, para se aprofundar no esquema desbaratado no
final de junho do ano passado, que consistia em fraudar licitações, com
utilização de empresas que forneciam apenas as notas fiscais e, em
troca, recebiam um percentual do valor das notas frias oferecidas, para
que os próprios gestores, ou empresários da confiança dos prefeitos,
executassem a obra em nome de outras empresas, se apropriando de uma
grande parte dos recursos, na medida em que não assinavam a carteira dos
trabalhadores, sonegavam impostos, usavam material de terceira
categoria, já que não eram fiscalizados, além dos casos em que as
prefeituras compravam o material de construção que seria utilizado na
obra, com outros recursos, como se fosse para destinação diversa.
Os prefeitos, como não poderia ser
diferente, negaram as acusações, mas o procurador Federal Thiago Misael
voltou a assegurar a robustez das provas coletadas até agora.
Com relação a Cajazeiras a reportagem
não se referiu ao empresário Mário Messias, que continua preso, mesmo
tendo tido acesso a imagens e conversas telefônicas do empresário
tratando dos “acertos” e, como ninguém quis falar em nome da gestão
municipal, foi divulgado parte de uma nota em que é informado que o
governo estaria apurando as denúncias e teria afastado os membros da
comissão de licitação.
A reportagem também não tratou de outra
fonte de desvio, a contratação de horas/máquinas, quando empresas que
existiam só no papel, ganhavam licitações, mas os serviços eram
executados com máquinas do próprio município.
Publicado dia 15/02/2016 às 10h58min