Mesmo assim, os empresários paraibanos estão otimistas
A Paraíba encerrou o ano passado com
294 lojas do varejo fechadas, uma retração de 5,5% no volume de unidades
do segmento que empregava pelo menos um funcionário. Esta foi a
primeira queda registrada nos últimos 10 anos no Estado. O forte recuo
nas vendas (-14,5%), redução na renda do paraibano (-3%) e maior
desemprego (-15 mil postos) foram os principais fatores que contribuíram
para este quadro. Os dados são do estudo da Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O economista da CNC, Fábio Bentes,
lembrou que a perda da renda do consumidor do Estado foi uma das
principais influências para o fechamento das lojas, já que nacionalmente
não houve perda no rendimento do brasileiro e sim estabilidade (0,5%).
“Com a inflação alta, desemprego, crédito mais caro, o consumo caiu”,
frisou Bentes, acrescentando que o número de postos de trabalho perdidos
somente no varejo local no ano passado foi de 1.494 vagas.
O economista frisou, porém, que o
empresário paraibano ainda está mais otimista do que a média do país
porque mesmo registrando uma retração nas vendas superior à média
nacional, manteve um índice de fechamento de lojas menor do que no país.
Para se ter ideia, o recuo do número de estabelecimentos fechados foi
maior (-13,4%). As 294 lojas do varejo encerradas na Paraíba
representaram apenas 0,3% do total que foram fechadas no país (95,4
mil).
Além da Paraíba (-5,5%), as menores
taxas de mortes de empresas do varejo ficaram com Tocantins (-1,4%),
Amazonas (-3,8%) e Piauí (-5,2%). Já Roraima (+16,4%) foi o único Estado
do país que registrou crescimento de estabelecimentos em 2015.
“Isso significa dizer que o empresário
paraibano tem esperança de recuperar as vendas e ainda não "jogou a
toalha”, avaliou Bentes. No entanto, o economista não estimou uma reação
no consumo paraibano este ano e para ele a tendência do comércio para
atrair consumidores será de apostar nas liquidações.
“Não temos indício de recuperação da
economia e consequentemente do comércio por causa da inflação em alta,
crédito caro e mais perda de renda. Com isso, o varejo deverá manter a
estratégia de liquidação, que ajuda a não piorar a baixa nas vendas.
Acredito que este ano a Paraíba não vá registrar números positivos no
varejo porque todos os setores estão sofrendo com a crise”.
A dica do economista para o empresário
não perder muita margem de lucro com a sequência de promoções realizadas
ao longo dos meses é renegociar e buscar novos fornecedores. “Deve-se
também fugir do dólar comprando menos itens importados”.
Publicado dia 13/02/2016 às 15h57min