Após o
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, aceitar o pedido de
abertura do processo de impeachment, a presidenta Dilma Rousseff partiu
para o ataque contra o parlamentar na noite desta quarta-feira.
Durante discurso, ela enfatizou que "não podemos abalar a democracia e a estabilidade do país".
Dilma
disparou várias indiretas contra Cunha, lembrando o caso da conta na
Suíça do peemedebista, negado por ele na CPI da Petrobras, no começo do
ano.
"Eu recebi
com indignação a decisão do senhor presidente da Câmara de processar o
pedido de impeachment de um mandato eleito democraticamente pelo povo
brasileiro. São improcedentes as razões desse pedido", destacou a
presidenta, acrescentando que "não podemos deixar as conveniências e os
interesses indefensáveis abalarem a democracia e a estabilidade de nosso
país. Devemos ter tranquilidade e confiar nas nossas instituições e no
Estado Democrático de Direito".
Dilma
alfinetou Cunha e afirmou que nunca tentou "coagir pessoas ou
instituições em busca de satisfazer meus prazeres". Além disso, ela
lembrou o caso das contas do deputado na Suíça e ironizou dizendo que
ela "não possui contas no exterior".
"Não existe
ato ilícito praticado por mim. Não paira contra mim nenhuma suspeita de
desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior nem ocultei do
conhecimento público a existência de bens pessoais. Meu passado e meu
presente atestam a minha idoneidade e meu inquestionável compromisso
com as leis e a coisa pública", afirmou Dilma.
No
pronunciamento, a presidenta fez alusão à votação de processo contra
Cunha no Conselho de Ética. Ela lembrou que "havia interesse na barganha
os votos de membros da base governista no Conselho de Ética" e em troca
"haveria o arquivamento dos pedidos de impeachment" contra o presidente
da Câmara.
"Eu jamais
aceitaria ou concordaria com quaisquer tipos de barganha. Muito menos
aquelas que atentam contra o livre funcionamento das instituições
democráticas do meu país, bloqueiam a justiça ou ofendam os princípios
morais e éticos que devem governar a vida pública", ressaltou.
Agência Brasil