Com o nível dos mananciais em contínua redução por toda a Paraíba, em razão da escassez de chuvas, uma das medidas para garantir o abastecimento de água pode ser a utilização do volume morto dos reservatórios.
A captação é feita através de uma obra de com bombas flutuantes, que retira a reserva de água abaixo do volume das comportas.
O sistema já está sendo instalado no açude Epitácio Pessoa (o Boqueirão), que abastece Campina Grande e outros 18 municípios, e agora, as cidades abastecidas pelo Sistema Coremas-Mãe Dágua, também poderão ser beneficiadas com uma obra desse tipo.
A medida, que conforme a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) ainda será estudada, foi um dos pontos discutidos em uma audiência pública realizada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), na manhã de desta terça, em Patos.
O açude de Coremas está com 11,7% da capacidade, enquanto que o Mãe DÁgua tem uma reserva hídrica de 15% e em algumas regiões.
Em razão do volume estar muito baixo, já há formação de poças, o que impede que a água desça, por gravidade, até as comportas. Na audiência, estiveram presentes lideranças de 27 municípios abastecidos pelo sistema, além de representantes dos órgãos de gestão dos recursos hídricos, como a Agência Nacional das Águas (ANA) e a Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa).
Outros pontos discutidos na ocasião, para preservar as águas dos reservatórios da região, foram a interrupção do abastecimento para as irrigações e solicitação para a recuperação dos leitos dos rios, que foi feita pelo diretor-presidente da ANA, Paulo Varella Neto. De acordo com ele, essa é uma das medidas mais eficientes para que a água escorra melhor para atender as populações.
“As prefeituras deverão fornecer mão de obra e equipamentos para efetuar essa limpeza dos rios. “É uma questão simples, com uso de escavadeiras. Por isso precisamos da ajuda das prefeituras, e assim teremos mais eficiência no abastecimento”, afirmou.
Diante das discussões da audiência, o MPPB criou uma força tarefa para acompanhar e fazer cumprir as decisões tomadas, que se não forem cumpridas, poderão ser alvo de ações civis públicas. “A questão da água é vital”, afirmou o procurador-geral de Justiça do Estado, Bertrand Asfora.
Fonte jornal da paraiba