A Polícia
Federal (PF) está à procura de um falso médico que vem atendendo em
hospitais do interior da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, há
quase dois anos.
Segundo
denúncia, o falso médico conhecido por Bruno Silva, teria cursado três
períodos do curso de medicina na Faculdade de Medicina Nova Esperança,
em João Pessoa, e estaria dando plantões em diversas cidades dos
interior dos três estado, principalmente de Pernambuco.
De acordo
com denúncia do clínico geral pernambucano, Bruno Tenório Gonçalves, o
impostor estaria usando o número de seu registro no Conselho Regional de
Medicina de Pernambuco (Cremepe).
O médico revelou que foi colega de turma durante três períodos no faculdade Nova Esperança.
No dia 28
de outubro, o médico estava de plantão no SAMU em Vitória de Santo
Antão, quando recebeu um comunicado de que no Hospital João Murilo, em
Glória do Goitá, estava acontecendo uma remoção de um paciente para a
cidade de Palmares, acompanhada por um médico que estava se apresentando
com o nome de Bruno Silva e o número do seu CRM. O médico decidiu ir ao
Hospital João Murilo, de onde o suspeito já havia saído, sendo
informado que o falso profissional estaria realizando plantões
esporádicos naquele hospital há cerca de um ano e seis meses, tendo
inclusive realizado somente naquele dia, cerca de 80 atendimentos
prescrevendo medicação e até entubando um paciente em estado grave.
Imagens do circuito interno de câmeras mostram o falso médico no
Hospital João Murilo neste dia, entrando com um paciente entubado na
emergência, falando como o médico plantonista sobre a transferência do
paciente e sua movimentação dentro da unidade de saúde.
O médico
acrescentou que em janeiro deste ano já havia prestado uma ocorrência
contra o mesmo suspeito na cidade de Afogados da Ingazeira, quando o
suspeito teria usado o CRM de Bruno e de uma outra pessoa que na época
possuía apenas dois meses de formação pela Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) e que nunca havia trabalhado em Glória do Goitá nem
sabia que seu nome e inscrição estavam sendo usados de forma criminosa.
Ao tomar
conhecimento, a Polícia Federal iniciou levantamentos para localizar o
falso médico a fim de intimá-lo a comparecer na sede da corporação, onde
ele deverá ser ouvido. Além disso, o procedimento será enviado para a
Corregedoria Regional para que seja analisada a questão da competência
para prosseguir nas investigações ou a transferência do caso para a
Polícia Civil. Os crimes que estão sendo investigados são de falsidade
ideológica e exercício ilegal da medicina, cujas penas podem chegar a 10
anos de reclusão.
Diário de Pernambuco