A Polícia
Civil apresentou nesta segunda-feira (9) o resultado da operação “Boy
Play”, deflagrada no último final de semana para prender um homem
acusado de clonar cartões de débito e crédito, em Campina Grande.
Bruno Alves
da Silva, conhecido como o “Boy Play” já estaria aplicando golpes há
cerca de um mês na cidade e no momento em que foi preso tentou subornar o
delegado oferecendo um carro importado e ainda a quantia de R$ 200 mil,
segundo informou a polícia.
(Delegado Cristiano Santana atuou por muito tempo no Vale do Piancó)
O acusado já esteve preso pela prática do mesmo crime, no Rio de Janeiro, e estava foragido da justiça.
A polícia ainda não sabe quanto o acusado conseguiu em dinheiro realizando a fraude e nos próximos dias tentará fazer um levantamento, mas, os investigadores acreditam que os valores podem ser milionários.
A operação
foi deflagrada pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) de Campina
Grande, depois que os investigadores tomaram conhecimento de que o homem
foragido morava na cidade. Ele foi preso na última sexta-feira (6), em
um apartamento localizado no bairro do Catolé, onde estava com a esposa e
uma criança. No local, a polícia apreendeu 30 cartões de crédito
clonados, joias, além de um notebook e smartphones de última geração. No
momento em que recebeu a voz de prisão, Bruno também apresentou uma
identidade falsa com o nome fictício de Gabriel Alves da Silva. Em
depoimento, ele disse que havia comprado a identidade falsa no Rio de
Janeiro, pelo valor de R$ 1 mil.
Segundo a
Polícia Civil, em novembro do ano passado a polícia do Rio de Janeiro
conseguiu desarticular uma quadrilha que atuava naquele estado clonando
cartões de crédito, onde ele foi preso com irmão. Recentemente, Bruno
conseguiu uma liberdade condicional, mas descumpriu o regime e fugiu
para o estado da Paraíba.
Dados eram coletados com tecnologia em tempo real
Segundo o
delegado Cristiano Santana, o que chama a atenção na prática do acusado é
a tecnologia usada para coletar os dados dos cartões clonados. “Para
este tipo de crime, geralmente é utilizado um leitor de cartão conhecido
como “chupa cabra”, que armazena os dados e depois é coletado pelo
fraudador. Mas este acusado tinha um dispositivo de alta tecnologia. Ele
conseguia captar os dados e senhas dos cartões através do celular,
usando Bluetooth (ferramenta de compartilhamento de dados sem fio), em
tempo real. Para isso ele chegava no estabelecimento, pedia uma bebida
para passar um tempo, enquanto coletava os dados”, disse o delegado.
Ainda de
acordo com a polícia, para conseguir coletar os dados através do
Bluetooth era necessário ter uma maquineta de cartão de crédito
adulterada, e a polícia acredita que existem outras pessoas envolvidas
na fraude. “Pelo que conseguimos descobrir, ele oferecia uma recompensa a
funcionários dos estabelecimentos para que eles trocassem as
maquinetas. Os aparelhos são idênticos, mas com alterações no sistema.
Já temos conhecimento de alguns estabelecimentos que foram vítimas desta
prática, mas não podemos divulgar nomes, pois estamos tentando
identificar os funcionários que ajudaram ele”, disse o delegado
Cristiano Santana.
Vida de ostentação
Morando há
cerca de um mês em Campina Grande, depois de fugir do Rio de Janeiro,
Bruno Alves da Silva tinha uma vida de ostentação. Ele foi preso com um
veículo importado da marca BMW e ainda teria posses de outro modelo da
fabricante Land Rover, carro que chegou a oferecer ao delegado de
Polícia Civil, Danilo Orengo, que recusou e autuou ele em flagrante pelo
crime.
“Ele tinha
uma vida de ostentação e do mesmo jeito que conseguia dinheiro fácil,
gastava na mesma proporção indo para festas, frequentando os melhores
bares e restaurantes com carros importados, bebidas caras e também
fazendo viagens. No momento em que eu estava ouvindo o acusado na
delegacia, ele chegou a oferecer passar uma Land Rover para meu nome e
depois o dinheiro. Por conta disso, ele também foi autuado por corrupção
ativa. O acusado está no presídio Serrotão”, explicou o delegado.
JPB
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