segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Cápsula foi enterrada em Diamante: Alunos da escola escrevem carta de conscientização, anexam imagens e objetos eletrônicos e só vão reabrir no ano de 2030...


Eu desperdiço. Tu desperdiça. Ele desperdiça. Nos desperdiçamos... Foi essa a maneira que o Professor Carlos José da Silva Pinto (Carlão) encontrou para chamar atenção e mobilizar a comunidade e as autoridades para o uso racional da água, em Diamante (PB).

Carlão criou um projeto denominado de “carta escrita no ano de 2015” que tem o principal objetivo de expor a realidade vivida hoje, mostrando para as próximas gerações, se o homem é ou não capaz de conservar o grande bem precioso que é a água.

(Alunos enterraram uma cápsula)

Dezenas de alunos participaram do projeto que enterrou uma cápsula contendo cartas, fotos e objetos eletrônicos na última sexta-feira (06) e só será reaberta no ano de 2013, conforme relata o professor.

Cartas abaixo:
Em pleno ano de 2015, vivemos um colapso de escassez de água, a sociedade vive sérios problemas tanto sociais como hídricos.

Há anos atrás podíamos lavar calçadas, carros, banhar durante horas, desperdiçando água em grande abundancia; e hoje já não temos mais estes prazeres, agora temos que fazer tudo para não desperdiçá-la.

Havia muitos anúncios em vários meios de comunicação que diziam sobre a conscientização do cultivo à água, e ninguém lhes dava atenção, a sociedade tinha em mente que à água nunca acabaria.

Hoje, rios, barragens e vários reservatórios de água estão plenamente secos. A natureza que nos rodeia está se semelhando a um deserto pela seca brutal, tivermos de cavar poços artesianos e está foi uma das últimas alternativas de arrancar as últimas gotas de água que nos resta.

A cada dia que passa as esperanças acabam, os pastos ficam cinzentos, os animais emagrecem, vem a fome, a sede, a miséria e o medo.

Nos dias atuais os sofrimentos das nossas famílias são insignificantes. Um drama termos de carregar baldes em nossas cabeças; situação dolorosa em meio a destruição provocada pela seca.

Consciência ou não? Do desespero do homem à destruição dos rebanhos, da fome e da sede alastrada; está sendo uma das secas mais terríveis que se espalham por toda região; futuramente ninguém mais falará de rico e de pobre. Será a socialização da miséria. Se todos os humanos compreendessem o que estamos passando, revertemos esta situação.

A escola que realizou o projeto foi a Estadual Adilina de Sousa. O professor disse que tirou a ideia baseado em fatos reais que aconteceram em outros países.


Do DiamanteOnline