O prefeito de Edealina,
João Batista Gomes Rodrigues (PTB), de 42 anos, foi preso por suspeita
de peculato na sede da administração do município do sul goiano, na
quarta-feira (28).
Segundo a Polícia Civil,
ele usou um caminhão e um motorista da prefeitura do município do sul
goiano para levar areia e cimento à fazenda dele, que está em obras.
Ao ser interrogado, o
político disse que não ordenou a entrega do material de construção em
sua propriedade, localizada em Pontalina, município vizinho a Edealina.
“Ele alega que o
material era para a construção de um mata-burro em uma estrada rural do
município, mas o motorista entendeu errado. É uma maneira de ele
explicar e se sair de uma situação, até então, que eu entendo
injustificável”, contou o titular da Delegacia Estadual de Repressão a
Crimes Contra a Administração Pública (DERCAP), Abádio Souza e Silva.
Há uma semana, após uma
denúncia anônima, os policiais passaram a investigar o prefeito. Na
quarta-feira, uma equipe da delegacia se deslocou de Goiânia para
Edealina, que têm 160 km de distância, e flagrou um caminhão da
prefeitura despejar o material na propriedade do político, onde um
alojamento para porcos é construído.
“Encontramos o caminhão transportando areia e resolvemos acompanhar para o ver destino dele”, contou o delegado.
O motorista do caminhão,
de 62 anos, é funcionário efetivo da Prefeitura de Edealina. Um
pedreiro da obra também é servidor municipal, mas, segundo ele, trabalha
durante a noite como vigia de prédio público e, de dia, na fazenda do
político. Os dois servidores vieram à capital para prestar depoimento.
Em seguida, eles foram liberados.
O delegado explicou que a
origem do cimento e da areia que estavam no caminhão é investigada.
Entretanto, ao que tudo indica, o material pertence ao prefeito.
Prisão – Detido até o
fim da manhã desta quinta-feira (29) no complexo de delegacias
especializadas de Goiânia, o prefeito está à disposição do Poder
Judiciário, que vai determinar o destino do político.
“Ele está à disposição
do Poder Judiciário, porque ele é prefeito. O foro dele é no Tribunal de
Justiça, e o Tribunal de Justiça já foi comunicado do fato e o prefeito
encontra-se à disposição dele”, explicou Silva.
O Tribunal de Justiça de
Goiás informou que Edealina está no distrito judiciário de Edéia e, por
isso, a comarca será responsável pelo caso. Segundo a assessoria do
órgão, o juiz Hermes Pereira Vidigal “ainda não recebeu nada a respeito
da prisão do prefeito João Bastista Gomes”.
Peculato – O inquérito
deve ser concluído nos próximos dias. João Batista deve ser indiciado
pelo crime de peculato, que prevê pena de 2 a 12 anos de prisão.
O secretário de
comunicação do PTB em Goiás, deputado Henrique Arantes, disse que o caso
“precisa ser investigado, mas tem o princípio da presunção de
inocência”. “Se ele for culpado, que seja condenado e que pague pelo
crime”, completou.
O G1 tentou contato com a Prefeitura de Edealina, mas as ligações não foram atendidas até a publicação desta reportagem – G1.
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