Uma funcionária da Maternidade Dr. Peregrino Filho, que fica no município de Patos, no Sertão paraibano,
a 320 km de João Pessoa, denunciou que contraiu, na unidade hospitalar,
a bactéria Pseudomonas Aeruginosa, que afeta as regiões no nariz,
pescoço, boca e ouvidos. Segundo a funcionária, a bactéria estaria
circulando no bloco cirúrgico e em uma das Unidades de Terapia Intensiva
(UTI) da maternidade, que nega as acusações.
Sem querer se identificar, a funcionária contou que contraiu a doença pela primeira vez no mês de abril deste ano. Segundo ela, os sintomas iniciais foram de dores no corpo, sensação de desmaio e fraqueza, além de sangramento pelo ouvido.
“Fui contaminada em abril e comecei a sentir os sintomas. Fiquei muito mal e fui levada para um hospital. Fui diagnosticada com a bactéria, que estava na minha garganta, e fiquei dois meses em atendimento ambulatorial, tomando antibióticos fortes, mas a doença persistiu. Consegui uma consulta com um infectologista no Hospital Universitário em João Pessoa, que foi onde passei por um internamento para tratar a doença de maneira mais séria”, contou a funcionária.
Após ser liberada da internação, a funcionária contou que passou dois meses segurada pelo INSS, por estar impossibilitada de trabalhar por ordem médica. Passado o tempo de licença, a funcionária contou que voltou a trabalhar na maternidade e teve uma nova infecção pela mesma bactéria.
“Voltei a trabalhar e com apenas três plantões comecei a me sentir mal novamente. Senti tonturas, pescoço rígido e fraqueza. Fiz exames e foi novamente diagnosticada a bactéria, desta vez na região do nariz. Estou gestante e preocupada, pois não posso tomar o medicamento já que afetaria o bebê. Estou de férias, mas tenho medo de voltar a trabalhar e agravar ainda mais a minha saúde”, disse.
Segundo a funcionária, a maternidade passou por investigação e foi constatado que a bactéria estaria no centro cirúrgico e em uma das UTI’s. A funcionária também relatou que tentou contato com representantes da empresa que gere a maternidade, mas não teve sucesso.
“Foram feitos exames e procedimentos que terminaram encontrando os locais onde a bactéria estaria instalada. O que eles fizeram foi isolar o teclado de um computador para tentar conter a bactéria, mas sabemos que isso não é o bastante. Várias vezes falei com responsáveis da maternidade sobre o caso, mas nunca fui ouvida”, afirmou a funcionária.
Segundo a mulher, o tratamento para combate à infecção, o gasto com transporte e outras necessidades médicas resultaram em uma despesa de cerca de R$ 12 mil nos últimos seis meses.
A Secretaria de Saúde do Estado informou que a funcionária não se contaminou no ambiente de trabalho e desmentiu a informação de que pacientes e colaboradores do local correm risco de contágio.
Ainda segundo o comunicado, mesmo sem ter se contaminado na maternidade, a funcionária teve toda a assistência necessária, inclusive, sendo encaminhada para o Hospital Universitário, em João Pessoa, pelo diretor clínico da Maternidade, Dr. Paulo Athayde, em abril.
O comunicado informa também que não há registro de infecção pela bactéria Pseudomonas Aeruginosa na Maternidade Dr. Peregrino Filho e que a unidade adota rigorosos processos de higienização dos ambientes e seus componentes que asseguram uma proteção contra infecção de qualquer agente.
Em defesa, a maternidade alega também que os Funcionários usam os equipamentos de Proteção Individuais exigidos pelas Normas de Controle de Infecção Hospitalar referentes às respectivas funções.
No comunicado é informado ainda que a unidade hospitalar passou por todas as fiscalizações realizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa), não sendo detectado nada que colocasse em risco à saúde de funcionários ou pacientes.
Fonte Por Halan Azevedo