O curso começou no dia 26 de maio deste ano, no Hospital Geral de Mamanguape e, em seguida, foi realizado na Aldeia São Francisco, totalizando 30 participantes. Desde quinta-feira (13), também está ocorrendo no Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, na Capital. A intenção da SES é estender o projeto para toda rede hospitalar do Estado, composta por 33 unidades.
Inicialmente, o projeto fitoterápico foi implantado no Hospital de Mamanguape. Por meio de uma horta de plantas medicinais, os pacientes da unidade estão sendo beneficiados com tratamento natural. A finalidade é implementar a política de práticas integrativas de saúde, viabilizando estudos sobre plantas medicinais e fitoterapia e, consequentemente, sua eficácia no tratamento de doenças.
“Este é um compromisso do Governo do Estado no resgate histórico do legado do conhecimento popular, que se exterioriza com a expansão desse projeto nos hospitais da Paraíba e nos espaços interinstitucionais”, disse a secretária Roberta Abath, que foi abordada por um índio de apenas oito anos, que fez questão de agradecê-la pela promoção do curso. “Foi muito bom. Com este curso aprendi a não desistir. As plantas são algo importante para o nosso povo. O remédio do mato só faz o bem. Tem poder de cura”, disse Fabrício Faustino, que faz o 4º ano do ensino fundamental.
O cacique Alcides da Silva Alves, da Aldeia São Francisco, destacou a importância da integralidade entre as culturas “O curso aprimorou os conhecimentos sobre as plantas medicinais para a saúde indígena. A questão é garantir uma saúde diferenciada, voltada para o meio ambiente e, por meio das qualificações, garantir o bem viver dos povos indígenas”.
O curso tem 96 horas e é ministrado pelo assessor de extensão da Pró-Reitoria da UFPB, Emmanuel Fernandes Falcão. Ele explicou que o projeto prevê ainda estudos complementares, com oficinas pedagógicas e musicoterapia (uso da música para reabilitação física, mental e social); cromoterapia (estuda as diferentes cores e sua ação energética para fins terapêuticos); acupuntura (terapia milenar chinesa que consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo) e oficina de Reik (terapia que trabalha o nível emocional, mental e espiritual).
“Ainda trazemos a discussão da educação popular em saúde como veículo para despertar a importância do SUS e as práticas integrativas populares complementares de saúde na vida das pessoas, entendendo como política pública de estado. Vale salientar que esta prática dentro de hospitais é pioneira não só na Paraíba como também no Brasil. A novidade já está despertando interesses em outras instituições, a exemplo da Universidade Federal do Rio Grande Norte”, disse o professor.
Tratamento fitoterápico – A fitoterapia é a ciência que estuda o tratamento de doenças por meio da manipulação de plantas medicinais. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é considerada como uma terapia tradicional e é muito utilizada nos países em desenvolvimento.
Segundo o Ministério da Saúde, os fitoterápicos são medicamentos que desempenham um papel importante em cuidados contra dores, inflamações, disfunções e outros incômodos, ampliando as alternativas de tratamento seguras e eficazes.
Indicado para o alívio sintomático de doenças de baixa gravidade e por curtos períodos de tempo, esse tipo de remédio pode ser produzido a partir de plantas frescas ou secas e de seus derivados e têm várias formas farmacêuticas, como xaropes, soluções, comprimidos, pomadas, géis e cremes. Como todo medicamento, o fitoterápico deve ser utilizado conforme orientação médica.
Fonte: www.paraiba.pb.gov.br
Postado por Hosmá Passos.