O Parque Burle Marx representa um abrigo importante para avifauna e outros grupos de animais que tem seu habitat garantido em um dos últimos testemunhos representativos de Mata Atlântica dentro da área urbana do município. Por esse motivo, não é permitida a alimentação dentro do parque, sendo disponibilizado um espaço exclusivo para esse fim, a Área de Pic-Nic, vide imagem abaixo. Leia mais...
Nascido em São Paulo, no dia 04 de agosto de 1909, Roberto Burle Marx era o quarto filho de Cecília Burle (de origem pernambucana e portuguesa) e de Wilhelm Marx, judeu-alemão nascido em Stuttgart e criado em Trier (cidade natal de Karl Marx, primo de seu avô).
Durante toda sua infância Burle Marx viveu em uma ampla casa na Avenida Paulista, e desde pequeno teve contato com rosas, begônias, antúrios, gladíolos, tinhorões e muitas outras espécies que cultivava em seu jardim. Por causa dessa proximidade com as plantas, aos poucos ele aprendeu a preparar canteiros e a observar a magia da germinação das sementes em seu quintal.
Aos 19 anos, Burle Marx teve um problema nos olhos e sua família se mudou para Alemanha em busca de tratamento. Eles permaneceram por lá de 1928 a 1929, onde Marx entrou em contato com as vanguardas artísticas, e ficou fascinado com a vegetação brasileira em uma estufa do Jardim Botânico de Dahlem, em Berlim.
Muito interessado em desenhar a figura humana, Burle Marx ficou dividido entre a pintura e as plantas. A partir de então, ele tomou a decisão de estudar pintura e passou a visitar todas as semanas o Jardim Botânico, observando atentamente todas as espécies ali existentes, entre as quais plantas brasileiras que ele não conhecia, e estudando pintura no ateliê de Degner Klemn.
Elaborada no final dos anos 20 até o início da década de 40, a pintura de Marx revela-se presa ao expressionismo em seus temas, ordenação de figuras, formas estilizadas ou simplificadas, cores intensas, ou mesmo o efeito psicológico que procura imprimir aos autorretratos e retratos de tipos populares, cenas intimistas com nus femininos, naturezas mortas, paisagens, favelas...
Na década de 40, Burle Marx se interessa pela pintura pré-cubista e cubista de Cézanne, Picasso, Braque, Léger, Gris, Lhote, entre outros, e em alguns depoimentos afirma ter maior afinidade pela obra de Braque, pois considera genial a sua influência na arte contemporânea e sua compreensão do conceito pictórico.
Nessa época, Roberto tem como suporte a tela e o papel, e utilizava óleo, guache, e até mesmo a combinação desses e outros materiais como o nanquim para fazer a sua arte. Essa aparente indiferenciação entre desenho e pintura explica a razão de muitas de suas obras picturais lembrarem desenhos coloridos. Ele atribuía a mesma dignidade plástica e poética aos desenhos, à pintura e à estamparia ou à pintura sobre tecido. Dessa maneira, as suas exposições realizadas no Brasil e no exterior sempre incluíam obras entendidas que eram unificadas com a denominação pura e simples de "pinturas".
Além de paisagista de renome internacional, ele também foi um pintor notável, escultor, tapeceiro, ceramista e designer de joias. Mesmo sem educação formal em arquitetura paisagística, o aprendizado de Burle Marx na pintura influenciou a criação de seus jardins. Ele aceitava, embora de forma relutante, que "pintava" com as plantas, apesar de seu trabalho não ser reduzido ao efeito pictórico e visual produzido por suas paisagens, pois Marx se autodefinia como um artista de jardins.
Conhecido por sua preocupação ambiental e pela preocupação com a preservação da flora brasileira, Roberto inovou ao usar plantas nativas do Brasil em suas criações e isso se tornou sua característica marcante. Afinal, foi ele quem valorizou as bromélias, por exemplo, e as tornou populares. Hoje, plantas naturais da Mata Atlântica se tornaram conhecidas e são cultivadas em viveiros para serem vendidas. Por esse motivo, o "estilo Burle Marx" tornou-se sinônimo do paisagismo brasileiro no mundo.
Seu primeiro projeto paisagístico foi o jardim de uma casa desenhada pelos arquitetos Lucio Costa (que projetou Brasília) e Gregory Warchavchik, em 1932. A partir de então ele não parou mais de projetar paisagens, pintar e desenhar, e em 1949 comprou uma área de 365.000 m² em Barra de Guaratiba, litoral do Rio de Janeiro, aonde começou a organizar sua enorme coleção de plantas. Em 1985, essa propriedade foi doada à Fundação Pró-Memória Nacional, entidade cultural do governo federal que atualmente se chama Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), podendo ser visitada de Terça a sábado, das 9h30 às 13h30, exceto aos domingos e feriados. Todas as visitas devem ser agendadas, com antecedência, pelo telefone (21) 2410-1412.
Hoje em dia é possível encontrar um jardim ou uma estufa projetada por Roberto Burle Marx em várias partes do mundo, como em Longwood Gardens (Filadélfia), no aterro do Flamengo (Rio de Janeiro), em Caracas (Venezuela), e claro, noParque Burle Marx (São Paulo). Venha visitar o Parque Burle Marx e conhecer um pouco das obras deste incrível paisagista brasileiro!
O parque abre de segunda a segunda, das 7h às 19h, incluindo feriados!
Dúvidas?
Telefone: (11) 3746-7631 / E-mail: comunica@fab.org.br
Fonte: http://parqueburlemarx.com.br