Os paraibanos começam a pagar 9,96% mais caro pelo uso da água distribuída pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa)
a partir de hoje. Neste caso, as contas que custavam R$ 100, por
exemplo, vão passar a registrar R$ 109,96 em 30 dias de consumo, sem
incluir o valor da taxa de esgoto, que representa 80% da conta da água.
O reajuste ficou acima da inflação oficial de 6,41% do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos doze meses de 2014, calculada pelo IBGE.
Segundo a Cagepa, o novo índice não atinge os consumidores incluídos na chamada tarifa social, que beneficia população de menor poder aquisitivo do Estado que consome até 10 metros cúbicos de água por mês.
O índice de reajuste da conta de água foi publicado pelo Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 27 de dezembro do ano passado. A publicação comunicava que o índice passaria a vigorar 30 dias após o registro completados ontem.
No final de dezembro, a Agência de Regulação do Estado da Paraíba (ARPB) aprovou na íntegra o aumento pedido pela Cagepa. Na época, o diretor Executivo de Fiscalização e Regulação da ARPB, Frederico Augusto Pitanga (Fred Pitanga), declarou que a proposta da Cagepa correspondia “justamente à realidade”.
Ontem, ele foi procurado para comentar a data de validade do reajuste, mas disse que não poderia confirmar. “Acredito que a próxima conta virá com reajuste, mas só quem pode confirmar é a Cagepa”, declarou sem entrar em detalhes.
Com a alta de quase 10% na conta da água, a tarifa para os consumidores de até 10 metros cúbicos (10 mil litros) de água passará de R$ 24,49 para R$26,93, um aumento de R$ 2,44. A alta compreende apenas o valor da tarifa para quem usa até 10 mil litros, excetuando o pagamento do esgoto, que é uma taxa complementar da conta de água.
PESO NO BOLSO
A professora aposentada Marluce Lopes, moradora do bairro da Torre, disse que o aumento vai pesar na renda da família. “A gente já tenta economizar de todas as formas nas tarefas de casa, e este aumento mexe muito com o nosso orçamento. O jeito é pagar o reajuste, porque se atrasar um mês já vem o aviso de corte. Isso ocorreu com minha vizinha e em outras vezes vieram suspender o serviço sem comunicá-la ”, confessou.
A aposentada contou que tenta lavar roupa de casa na máquina de lavar no nível médio para evitar gastos e enxágua a louça de uma só vez. “Na minha casa moram seis pessoas, mas como recebemos muitas visitas o consumo aumenta”, revelou.
Em todo o Estado, 65% dos usuários da Cagepa se enquadram no padrão de consumo de até 10 m³ de água ao mês. Os outros 35% ultrapassam este limite, sendo representados por empresas comerciais, industriais e setores públicos, além das residências.
A reportagem procurou o diretor comercial Marinaldo Gonçalves e o assessor de planejamento Ricardo Benevides, ambos da Cagepa, para falar sobre a validade do reajuste, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Fonte Kleide Teixeira/Jornal da Paraíba