Acender, tragar e bater as cinzas. Esse é o hábito de 11,5% da população paraibana acima dos 18 anos. Isso é o que mostra a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, divulgada no último mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com a análise do IBGE, 14,5% da população brasileira dessa faixa etária é composta por fumantes.
O estudo citou, além disso, que o percentual de dependentes do cigarro no Estado é maior entre o sexo masculino (14%) do que entre o feminino (9,3%) e destacou ainda a quantidade de paraibanos fumantes adultos que tentaram parar de fumar nos últimos 12 meses.
Segundo a pesquisa, 51,2% das pessoas entrevistadas afirmaram ter manifestado o desejo de largar a nicotina no decorrer de 2013, contudo apenas 2,7% buscaram tratamento adequado com um profissional de saúde ou psicólogo.
Entre os possíveis motivos citados na Pesquisa Nacional de Saúde para a renúncia ao vício estão as campanhas antitabagismo realizadas na mídia e os alertas impressos nas embalagens de cigarro. As imagens e frases impactantes vêm sendo colocadas nos maços desde 2002 e fazem parte de uma iniciativa do Ministério da Saúde (MS) visando à diminuição da dependência de nicotina entre os brasileiros.
Conforme a análise, 84,4% dos paraibanos fumantes declararam terem sido expostos às advertências que vêm nos produtos e 57,1% relataram já terem tido acesso a estas informações em jornais, revistas, televisão ou rádio.
A dona de casa Débora Alves, de 46 anos, é uma dessas pessoas. Fumante há quase 30 anos, ela revela que tem noção dos riscos trazidos pelo cigarro e que, por isso, quer deixar para trás o hábito.
“Costumo dizer que o cigarro é algo que distrai e destrói. Eu tenho consciência, vergonha e quero parar. Já tentei algumas vezes, comecei a usar adesivos e parei de fumar, mas tive um desgosto e voltei”, mencionou.
“Buscando ajuda de um, de outro, hoje estou tomando comprimidos e estou confiante. Pode vir desgosto, raiva, tudo, que agora eu vou conseguir”, completou a dona de casa.
Para Débora, que chegava a consumir no mínimo um maço e meio por dia, há também cobranças da família para que ela cuide da saúde.
“Eu evito fumar dentro de casa, porque eles reclamam bastante. E acho muito feio. A gente fica com as mãos fedendo, eu não me sinto bem. Vejo os efeitos disso no bolso. Quando eu parei de fumar da outra vez, foi a época em que eu mais tive trocados”, concluiu.
Do JPB