Uma criança de 7 anos
morreu e os dois irmãos, de 6 e 10 anos, estão em observação na UPA de
Guarabira, a 105km da capital, com suspeita de envenamento por terem
ingerido alimentos em um lixão de Alagoinha, a 13,9km de Guarabira,
segundo o Serviço Social da unidade.
Uma das vítimas, de 10
anos, seria transferida para o Hospital de Emergência e Trauma, em João
Pessoa, após apresentar uma piora.
Por volta das 11h
(horário local) deste domingo (16), a primeira criança deu entrada na
UPA de Guarabira, mas sem responder aos estímulos da equipe médica,
segundo a assistente social da unidade, Andreia Bernardino.
Minutos depois, os
outros dois irmãos da vítima chegaram apresentando os mesmos sintomas,
incluindo os vômitos. Eles passaram por lavagem estomacal, sonda e foram
medicados.
A criança de 10 anos
seria transferida ainda neste domingo para o Hospital de Emergência e
Trauma de João Pessoa porque continuava vomitando. A regulação foi
confirmada e só dependia de uma unidade avançada para a transferência,
acompanhada por um médico.
Os pais relataram,
segundo o Serviço Social da UPA, que as crianças foram ao lixão para
pegar madeira para a casa de taipa em que moram. No lixão, eles comeram
laranjas jogadas no lixo e, em seguida, começaram a passar mal.
Por conta do caso, a
Polícia Militar fez um Boletim de Ocorrência registrando o caso. O pai
das crianças esteve na Central de Polícia de Guarabira e conversou com o
delegado plantonista, Fábio Facciollo. Segundo o agente da Polícia
Civil, Luiz Otávio Negromonte Lopes, na segunda-feira (17), o delegado
enviará a queixa prestada no Boletim de Ocorrência para a Delegacia de
Alagoinha, que deverá abrir inquérito para apurar o caso.
Proibição dos lixões
Os lixões a céu aberto
são proibidos desde o dia 2 de agosto deste ano. A proibição faz parte
das regras da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sanciada em 2
de agosto de 2010. Além da extinção dos lixões, a Política Nacional de
Resíduos Sólidos prevê a implantação da reciclagem, reuso, compostagem,
tratamento do lixo e coleta seletiva nos municípios. Na Câmara Federal
há propostas de prorrogar o prazo para que os prefeitos não sejam
penalizados criminalmente por descumprimento à lei, o que exigiria
recursos para a implantação de aterros.
Por Wagner Lima - G1-PB