Nove anos depois que
cinco policiais militares foram acusados de torturar e matar um jovem em
Princesa Isabel, no Sertão paraibano, um deles foi condenado ne
quarta-feira (14) pelo Tribunal do Júri de Campina Grande.
Os outro quatro
policiais foram absolvidos. Em 26 de junho de 2005, Claudio Henrique
Freitas dos Santos foi morto com vários tiros nas costas dentro de um
sítio.
A sentença com a
condenação do policial José Jean Tavares Rabelo foi lida pelo juiz por
volta das 22h. Ele foi condenado a oito anos de prisão, mas o advogado
dele informou que vai recorrer.
O capitão Anacleto de Sá
Cavalcanti Neto e o policial Julio Feliciano Cazer da Silva foram
absolvidos. A família de Claudio Henrique não estava em Campina Grande,
mas, por telefone, o irmão dele comentou que os familiares não estão
satisfeitos com o resultado do julgamento e que a família ainda vai
recorrer.
Os policiais tinham sido
expulsos acusados de torturar testemunhas. O advogado de defesa Harlei
Cordeiro explicou que a polícia agiu em legítima defesa. "A vítima tinha
assassinado um policial, como está provado no processo, e quando a
polícia chegou para efetuar a prisão foi recebida a bala e houve o
revide", alegou.
Segundo o Ministério
Público da Paraíba (MPPB), a vítima tinha participado de uma brincadeira
de 'roleta russa' dias antes com um soldado da Polícia Militar. O
policial foi encontrado morto com um tiro na cabeça.
Vários policiais
realizaram as buscas dos suspeitos pela morte, mas segundo o MP a
investigação descobriu que o próprio policial teria feito o disparo. O
promotor explicou que o capitão Anacleto comandou a operação de busca e
outras testemunhas do caso foram torturadas na região.
"Enquanto eles
realizavam a busca pelo suspeito iam torturando as pessoas. O rapaz
estava escondido por medo, não porque tinha cometido o crime, mas porque
sabia que seria caçado pelos policiais", explicou o promotor Osvaldo
Lopes.
O julgamento foi
trasnferido para Campina Grande por medidas de segurança, segundo o
MPPB. "É normal que o processo seja desaforado, por questões de proteção
das testemunhas e várias outras questões dentro do processo", disse o
promotor.
Fonte: G1