A sessão de ontem do STF -que entrou em recesso -foi a última de Joaquim Barbosa. Ele anunciou aposentadoria há um mês, mesmo podendo ficar no cargo até 2024. Ministros da Corte divergiram sobre a atuação do colega. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, afirmou ontem que deixa a Corte com o sentimento de dever cumprido e “a alma leve”,
mas sem pensar em uma carreira política no futuro. “A partir do dia em que for publicado o decreto da minha aposentadoria, de minha exoneração, serei cidadão como outro qualquer, absolutamente livre para tomar posições que entender necessárias e apropriadas”, afirmou Barbosa.
mas sem pensar em uma carreira política no futuro. “A partir do dia em que for publicado o decreto da minha aposentadoria, de minha exoneração, serei cidadão como outro qualquer, absolutamente livre para tomar posições que entender necessárias e apropriadas”, afirmou Barbosa.
Apesar de aparecer com números expressivos nas pesquisas eleitorais de intenção de voto, Barbosa não pode se candidatar nas eleições 2014 por não ter se filiado a um partido político no prazo definido por lei. “Eu não tenho esse apreço todo pela política no dia a dia. Isso não tem grande interesse para mim”, disse Barbosa.
Perguntado sobre a possibilidade de candidatar-se no futuro -como no pleito de 2018- ou em relação apoios políticos nas eleições de 2014, Barbosa afirmou não acreditar nessa hipótese. “A política não tem na minha vida essa importância toda, a não ser como objeto de estudo e reflexão”, disse ele, antes de explicar a política deve ter um senso bem elevado, “examinada pela ótica das relações entre os estados e as nações”.
Perguntado sobre como deixava o STF, Barbosa afirmou que saia da Corte “absolutamente tranquilo, com a alma leve, (e com aquilo que é fundamental para mim: o cumprimento do dever”.
Segundo ele, foi “um período de privilégio imenso, de tomar decisões importantes para o nosso país”. “Não em razão da minha atuação individual, mas coletivamente, o Supremo Tribunal Federal, teve um papel extraordinário no aperfeiçoamento da nossa democracia”, afirmou Barbosa. Primeiro negro a assumir a presidência do STF, Barbosa, 59, comandou a sua última sessão na mais alta corte do país nesta terça. Ele anunciou há um mês sua aposentadoria do Supremo, onde poderia permanecer até 2024, quando completará 70 anos -idade em que os ministros são obrigados a deixar o cargo.
Antes do início da sessão do STF nesta terça-feira, 1°, o ministro Luís Roberto Barroso definiu o presidente da corte, Joaquim Barbosa, como um “símbolo contra a impunidade”. “O ministro Joaquim se tornou um bom símbolo contra a improbidade. O Brasil precisa de símbolos. Ele conquistou muitas coisas, como ter sido o primeiro negro a chegar à presidência da Corte. Você pode concordar mais ou menos, mas certamente é uma pessoa decente”, disse.
Já o ministro Marco Aurélio Mello disse que a imagem da corte foi arranhada durante a gestão de Barbosa. Para Mello, "há um resgate da liturgia que precisa ser observado". "As instituições crescem quando nós proclamamos valores, observamos a necessidade de manter o alto nível", afirmou o ministro.
Segundo ele, "precisamos voltar ao padrão anterior, que não é só da Fifa. Deve ser também das instituições brasileiras. Esse padrão ficou arranhado na última gestão".
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