terça-feira, 8 de julho de 2014

Criança contrai calazar em Itaporanga e doença está relacionada a condições sanitárias da cidade

Caso não é isolado. Por Redação da Folha – Uma menina de um ano e dez meses, moradora de Itaporanga, está em tratamento em Campina Grande contra uma doença terrível e que pode matar se não for tratada rapidamente: o calazar, a chamada leishmaniose visceral, que ataca os órgãos internos e é provocada por um protozoário transmitido a humanos e alguns outros mamíferos por uma espécie de mosquito conhecido como flebotomíneo (imagem).

Condições sanitárias não muito boas como lixo, dejetos e animais soltos pela cidade podem contribuir para a proliferação dos insetos vetores ou transmissores da doença e de animais que armazenam o microorganismo. Alguns dos maiores depositários do protozoário que provoca a doença são os cachorros, ratos e equinos. Depois de picar esses animais, o inseto infeciona a pessoa. Os sintomas mais comuns são febre, emagrecimento, anemia, aumento do fígado e do baço, hemorragias e imunodeficiência. Doenças causadas por bactérias (principalmente pneumonias) ou manifestações hemorrágicas são as causas mais frequentes de morte nos casos de leishmaniose visceral, especialmente em crianças.

No caso da criança de Itaporanga, ela chegou a ficar em coma, mas teve uma melhora em seu quadro clínico nos últimos dias graças à rapidez do tratamento: mesmo antes da confirmação da doença pelo exame, a médica que está cuidando da menina começou a tratá-la por ter a certeza da enfermidade. O resultado do exame saiu nessa segunda-feira, 7, e atestou que se trata realmente de calazar.

De acordo com informações apuradas pela Folhadovale-online, alguns casos da doença foram diagnosticados ultimamente em Itaporanga, o que deve merecer a preocupação das autoridades em saúde pública e a sociedade. O grande número de cães abandonados nas ruas por falta de um local de acolhimento, vacinação e cuidado (um centro de zoonose), além de lixo e esgotos a céu aberto deixam o ambiente urbano local vulnerável à proliferação dos insetos que transmitem a doença e de alguns animais depositários do protozoário.

Avindo: Folha do Vale