Uma delegacia da mulher é uma reivindicação antiga do Vale, mas governo nunca acenou para isso.
Por Redação da Folha – O crime mais frequente no Vale é a agressão física contra mulher. Violência praticada, na maioria das vezes, pelos seus próprios companheiros e maridos. Muitas dessas agressões e ameaças progridem para espancamentos brutais e até morte, como em um caso recente na cidade de Emas, onde um homem matou sua própria esposa a tiros. Há muitos casos também na região de violência sexual e moral.
Mas nem todos os casos chegam à polícia. Muitas mulheres violentadas físico ou sexualmente preferem não denunciar seus agressores e alguns fatores desestimulam as vítimas a procurar a polícia, entre os quais o entendimento delas de que o ambiente policial é predominantemente masculino e acham que não se sentiriam à vontade para explicitar o que passaram.
No entanto, a Polícia Civil do Vale tem instaurado vários procedimentos todo mês contra homens agressores, casos oriundos, principalmente, de flagrantes realizados pela PM. Muitos acusados foram mandados para a cadeia na região desde que entrou em vigor a Lei Maria da Penha, que pune mais severamente as agressões contra mulheres. Inúmeras medidas protetivas em favor de vítimas também foram deferidas pela Justiça a pedido das delegacias regionais.
Mas, há muito tempo, setores da sociedade de Itaporanga e do Vale defendem a instalação e o funcionamento da delegacia da mulher na região como meio de garantir uma resposta ainda mais eficiente e ágil aos crimes cometidos contra as mulheres regionais, além de que, dispondo de um ambiente policial feminino e especializado, as vítimas se sentiriam bem mais encorajadas a denunciar seus agressores.
Embora importante, uma delegacia da mulher no Vale parece muito distante de se tornar realidade, principalmente pela falta de interesse do governo e, depois, a ausência de estrutura material e pessoal da Polícia Civil do estado. Se as próprias delegacias gerais da região já sofrem pela falta de delegado, instalar uma nova delegacia no Vale seria hoje impossível pelo que sinaliza o governo. “O governo não constrói nem um simples xadrez na delegacia de Itaporanga, que há muito tempo necessita, imaginem instalar uma nova delegacia, nunca”, comentou uma cidadã local. Imagem: pelo país afora muitas cidades realizam campanhas pelo funcionamento de delegacia especializada em violência contra a mulher.
Advindo: Folha do Vale