Dois projetos de extensão implantados no Campus Avançado da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) na Penitenciária Regional de Campina Grande Raimundo Asfora, conhecido como Serrotão, a 132km de João Pessoa, na Paraíba, estão mudando a relação dos apenados com o tempo livre durante a reclusão. São 125 detentos que ficavam ociosos e agora assistem seis horas de aulas nas segundas, terças e quintas-feiras e duas horas de aula, dois dias por semana.
São quatro turmas do Educação de Jovens e Adultos (EJA) onde se distribuem cem alunos. Outros 25 fazem parte do Pró-Enem, curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio. E desde que os projetos começaram a funcionar, há cerca de três anos, não há registro de nenhum homicídio dentro do presídio, segundo o coordenador regional de Ressocialização da Região de Campina Grande, vinculada à Administração Penitenciária, Clóvis Brasileiro de Araújo.
Segundo ele, até mesmo as últimas rebeliões foram por motivos diferentes. "Antigamente eram rixas entre facções. Hoje, os detentos pedem melhorias na comida e o fim da superlotação".
No espaço, a UEPB pretende implantar em 2015, um curso de nível superior e outro de médio técnico em agropecuária.
O Serrotão, com os projetos de inclusão à educação, tenta “driblar” a reincidência ao crime de 70% dos 750 apenados, a superlotação que elevou a capacidade inicial de 250, os problemas de infraestrutura e o histórico de rebeliões. Clóvis Brasileiro de Araújo reforça que a previsão é que 50% dos alunos concluam o ensino fundamental em até três anos e o número de apenados aprovados no Enem ultrapasse os oito conquistados na edição 2013.
Fonte: Wagner Lima, Do G1 PB