Pouco se fala da Paraíba no cenário nacional. Estado incrustrado no
Nordeste brasileiro, apesar de algum crescimento, continua abandonado,
esquecido pelos brasileiros. O que vem à mente quando há qualquer
menção de lá é a mulher masculinizada, o tipo “Paraíba mulher macho”,
estilo das esposas de cangaceiros dos anos 30, que, por sinal, nem
fizeram da Paraíba o palco de seus balaços.
Estes revoltosos, liderados por Lampião, tinham nos olhos o sangue da vingança. Reagiam de forma enlouquecida contra a sociedade patriarcal da época, matando por encomenda, traçando destinos de acordo com seus julgamentos. Hoje, não seria estranho se eles estivessem também se revoltando contra a Copa, tentando fazer barricadas em estádios pelos sertões.
Mas há um tipo de cangaço que exala forças positivas, tendo a coragem de deixar a tirania de lado, e superando a exclusão com o talento e a determinação. Paraíba, no Brasil, muitas vezes virou sinônimo de “baiano”. Principalmente em regiões fora do Nordeste.
Para muitos é como um estado africano, de tão distante. De lá se sabe que governador foi cassado; que o paidele, outro governador, atirou no antecessor; que o campeonato está parado por supostas irregularidades nas eleições; que há pobreza, que a violência aumentou.
Não leva em conta, no entanto, o que se passa na cabeça e no coração deste povo, reduzido a rótulos preconceituosos e sem sentido. Justo em um país que, por alguns dias apenas, se engaja em campanhas publicitárias contra o racismo e depois contribui para a exclusão, como se fosse feito de autômatos que apenas foram na onda.
Mal se sabe que na Paraíba nasceram Herbert Vianna, Assis Chateubriand, Ariano Suassuna, Elba Ramalho, José Lins do Rego e tantos outros nomes da cultura nacional. A impressão é de que eles foram adotados por outros estados. O próprio Nordeste parece discriminar a Paraíba.
Eis que então surge Hulk, o “monstro” paraibano, como um herói transfigurando raiva de tanta exclusão e, em um rompante de fúria e esperança deixa a Paraíba e o país para ser aceito. Sorte dele que, no exterior, brasileiro é tudo a mesma coisa. Para um americano, paulista e nordestino dão no mesmo.
Hulk tem a alma do retirante que deu a volta por cima. Carrega a mensagem santificada do cangaço, só que de outra maneira. Com os pés. Seu corpo rasgou os trajes protetores de couro. Ele jogou fora os chapéus, tirou as sandálias, os casacos, os cintos, qualquer munição, livrou-se das calças remendadas para colocar calções.
Até na seleção ainda é pouco reconhecido. Afinal, em que estado nasceu o craque? Mas chegou à seleção. Acendeu outra luz no desconhecido mapa da Paraíba. E, quando sua canhota portentosa, tão certeira quanto o tiro do cangaceiro, definir jogos na Copa do Mundo, porque ele tem alma de definidor, finalmente a massa vai se render. Então todos os brasileiros terão orgulho em dizer, sem precisar do estímulo de campanhas publicitárias: “Somos todos paraíbas”.
Estes revoltosos, liderados por Lampião, tinham nos olhos o sangue da vingança. Reagiam de forma enlouquecida contra a sociedade patriarcal da época, matando por encomenda, traçando destinos de acordo com seus julgamentos. Hoje, não seria estranho se eles estivessem também se revoltando contra a Copa, tentando fazer barricadas em estádios pelos sertões.
Mas há um tipo de cangaço que exala forças positivas, tendo a coragem de deixar a tirania de lado, e superando a exclusão com o talento e a determinação. Paraíba, no Brasil, muitas vezes virou sinônimo de “baiano”. Principalmente em regiões fora do Nordeste.
Para muitos é como um estado africano, de tão distante. De lá se sabe que governador foi cassado; que o paidele, outro governador, atirou no antecessor; que o campeonato está parado por supostas irregularidades nas eleições; que há pobreza, que a violência aumentou.
Não leva em conta, no entanto, o que se passa na cabeça e no coração deste povo, reduzido a rótulos preconceituosos e sem sentido. Justo em um país que, por alguns dias apenas, se engaja em campanhas publicitárias contra o racismo e depois contribui para a exclusão, como se fosse feito de autômatos que apenas foram na onda.
Mal se sabe que na Paraíba nasceram Herbert Vianna, Assis Chateubriand, Ariano Suassuna, Elba Ramalho, José Lins do Rego e tantos outros nomes da cultura nacional. A impressão é de que eles foram adotados por outros estados. O próprio Nordeste parece discriminar a Paraíba.
Eis que então surge Hulk, o “monstro” paraibano, como um herói transfigurando raiva de tanta exclusão e, em um rompante de fúria e esperança deixa a Paraíba e o país para ser aceito. Sorte dele que, no exterior, brasileiro é tudo a mesma coisa. Para um americano, paulista e nordestino dão no mesmo.
Hulk tem a alma do retirante que deu a volta por cima. Carrega a mensagem santificada do cangaço, só que de outra maneira. Com os pés. Seu corpo rasgou os trajes protetores de couro. Ele jogou fora os chapéus, tirou as sandálias, os casacos, os cintos, qualquer munição, livrou-se das calças remendadas para colocar calções.
Até na seleção ainda é pouco reconhecido. Afinal, em que estado nasceu o craque? Mas chegou à seleção. Acendeu outra luz no desconhecido mapa da Paraíba. E, quando sua canhota portentosa, tão certeira quanto o tiro do cangaceiro, definir jogos na Copa do Mundo, porque ele tem alma de definidor, finalmente a massa vai se render. Então todos os brasileiros terão orgulho em dizer, sem precisar do estímulo de campanhas publicitárias: “Somos todos paraíbas”.
Fonte: pbagora