Revolta é motivada por decisão do gestor de duplicar carga de trabalho de merendeiras e auxiliares sem melhorar salário
Por Redação da Folha – “Eu estou indignada e me sentindo humilhada com essa decisão tomada de repente e sem discutir nada com a gente, nos tratando como bicho, que é obrigado a fazer o que o dono quer”.
Depois de muitos anos de serviço público, é a primeira vez que ela é obrigada a trabalhar dois expedientes e sem qualquer reajuste salarial. Segundo a servidora, que recebe um salário mínimo, a categoria tem direito a um adicional de 40%, no entanto a Prefeitura ampliou o horário de trabalho, mas não fala em melhorar o salário.
Conforme Rita, que tem 25 anos de trabalho na Prefeitura e atualmente presta serviço na escola Santa Mônica, todas as merendeiras e auxiliares estão revoltadas com a decisão porque altera, repentinamente, a vida e o cotidiano dos funcionários. “Tenho filhos para deixar na escola e cuidar, e tenho outras obrigações, e não posso abandonar meus filhos nem minha casa”, comentou ela, que, junto com outras colegas, pretende lutar contra o decreto municipal.
Mas a revolta não é apenas com o prefeito: ela está insatisfeita também com o sindicato que representa a categoria. Em vez de defender os funcionários, que pagam mensalmente sua taxa sindical, a entidade está é do lado do prefeito. “No tempo do prefeito anterior, o sindicato defendia nossos direitos, mas, depois que o prefeito atual assumiu, o sindicato não defende mais os funcionários”, lamentou a servidora. Ela e outros funcionários podem pedir desfiliação do sindicato.