Um monitoramento feito
pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa) confirma a situação
considerada como preocupante do solo no Agreste da Paraíba por conta da
estiagem.
De acordo com o trabalho
feito pela instituição, numa escala que varia entre 0 e 1, o Índice de
Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) na maior parte da região é de
0,2.
Isso significa que há registro de "vegetação sem folhas e submetida a condição de estresse hídrico por déficit de água no solo".
Especialistas advertem
que o ÍNDVI permite perceber que o solo exposto tende a sofrer maior
degradação. O índice se traduz por um indicador numérico, que varia,
teoricamente, de 0 (referente à vegetação sem folha, submetida a
condição de estresse hídrico por déficit de água no solo) a 1 (relativo à
vegetação com folhas, sem restrições hídricas e na plenitude de suas
funções metabólicas e fisiológicas).
Os dados mais recentes
são do período entre os dias 21 e 26 de janeiro, quando o Alto Sertão do
estado apresentou leve melhora devido às chuvas caídas no início do
ano. O instituto explica que o NDVI permite não só mapear a vegetação,
mas também medir sua quantidade e condição em uma determinada área.
O índice de vegetação
varia ao longo do ano, de acordo com a influência do período chuvoso. O
mapa acima ilustra os últimos dias do mês de janeiro deste ano. Quanto
mais próximo do verde, entende-se que há uma maior cobertura vegetal,
enquanto os tons avermelhados indicam maior exposição do solo, pois há
menor vegetação e folhagem.
Segundo o pesquisador em
Geoprocessamento do Insa, Anderson Maciel Lima de Medeiros, as "áreas
onde o índice de vegetação é considerado baixo por longos períodos
deixam o solo exposto e, por isso, tendem a sofrer uma maior degradação,
o que prejudica a fertilidade do mesmo e terá consequências negativas
na produção agrícola da região".
Apesar da leve melhora
indicada pelo NDVI no Alto Sertão paraibano devido às chuvas recentes, a
perspectiva não deixa de ser preocupante. "A situação preocupante na
Paraíba se encontra na porção inserida no polígono do semiárido. Isso
inclui 170 dos 223 municípios paraibanos. De acordo com os últimos
dados, a que está em melhor situação seria o Alto Sertão, em virtude da
ocorrência recente de chuvas. Mas deve-se notar que esta condição poderá
variar com a continuidade ou não da precipitação pluviométrica", relata
o pesquisador.
Os dados do NDVI são
empregados em estudos desenvolvidos pelo Insa, como a modelagem
climática e hidrológica; balanço de carbono, detecção de mudanças
climáticas, estimativas de parâmetros da vegetação (cobertura vegetal,
índice de área foliar); monitoramento do ciclo de crescimento de
culturas, produtividade de plantações; monitoramento de secas; detecção
de desmatamentos e avaliação de áreas queimadas, entre outras
aplicações.
Reflorestamento na Paraíba
Para reduzir os impactos
climáticos diagnosticados pelo monitoramento, o Insa atua com a
produção de mudas para reflorestamento. Em 2013, foram produzidas 14.213
mil mudas de 10 espécies nativas e quatro exóticas. "Está sendo
implantado um viveiro na estação experimental do instituto para produzir
mudas destas espécies, com foco nas consideradas em vias de extinção ou
raras, mas resistentes às condições do semiárido", concluiu Anderson
Maciel.
Fonte: G1