Por Redação da Folha –
Há 27 anos, Carlinhos Coveiro (foto), como é conhecido, ganha a vida
enterrando os outros, mas o servidor municipal estava preocupado com a
falta de espaço no cemitério de Itaporanga, que já não cabia mais
ninguém. Uma medida paliativa, no entanto, veio na semana passada,
quando a Prefeitura deu um jeitinho e abriu novas moradas eternas.
A área do cemitério foi um pouco alargada depois que se notou que um pequeno espaço tinha ficado fora da murada original. Então, segundo ele, o muro antigo foi quebrado e um outro foi construido incorporando o novo terreno. “Eu acredito que dê para umas 50 sepulturas, coisa que dá somente para uns seis meses”, comentou Carinhos durante contato com a Folha (www.folhadovali.com.br), ao revelar que enterra entre 10 e 15 pessoas mensalmente em Itaporanga, mas muitos dos que morrem, conforme disse, já têm jazigos próprios e não precisam ocupar novos espaços.
Há tanto tempo sepultando pessoas, Carlinhos comentou que a morte já não o comove mais. “De tanto a gente ver o sofrimento das pessoas, termina se acostumando”, disse o coveiro, ao narrar que não acredita em visões nem assombrações, mas revelou que, antigamente, quando não existia vigilância, o cemitério servia de refúgio temporário para casais apaixonados e de esconderijo passageiro para pistoleiros antes ou depois de executarem um crime.