terça-feira, 1 de julho de 2014

Facebook é criticado por estudo secreto sobre emoções sem permissão de usuários

FacebookO Facebook está sendo criticado após revelações de que teria feito um experimento secreto para testar as emoções de quase 700 mil usuários.
Durante uma semana em 2012, a maior rede social do mundo manipulou o feed de notícias de um grupo de usuários para avaliar se o conteúdo das mensagens recebidas afetaria seu humor e o teor de suas próprias atualizações.

O estudo, feito em parceira com as universidade americanas de Cornell e da Califórnia, concluiu que os usuários que receberam menos posts negativos em seu feed tinham menos chances de escrever um post negativo e vice-versa.

Na divulgação da pesquisa, durante a 17ª edição dos Anais da Academia Nacional de Ciência, nos Estados Unidos, o co-autor Amdam Kramer, do Facebook, disse que a rede "considerava importante avaliar uma antiga premissa de que ver posts positivos dos amigos levam as pessoas se sentirem negativas ou excluídas".

"Ao mesmo tempo, também estávamos preocupados com a hipótese de que a exposição à negatividade dos amigos pode levar as pessoas a evitar entrar no Facebook", justificou.

O estudo gerou críticas de usuários e intelectuais do setor de tecnologia sobre a ética e o impacto que este tipo de pesquisa pode causar.

Em sua conta no Twitter, a pesquisadora de política e ética de dados Kate Crawford afirmou:

"Vamos chamar o experimento do Facebook do que ele é: o sintoma de uma falha muito maior em pensar sobre ética, poder e consentimento sobre plataformas (digitais)".

Também pelo Twitter, Lauren Weinstein, que investiga tecnologia de sistemas , disse que o experimento secreto do Facebook "tentou fazer os usuários se sentirem tristes".

"O que pode dar errado, indagou?"
Investigação

Por sua vez, Jim Sherida, parlamentar do Partido Trabalhista da Grã-Bretanha, pediu uma investigação sobre o assunto.

Em entrevista ao jornal The Guardian, ele defendeu uma legislação para proteger as pessoas contra este tipo de prática.

"Eles estão manipulndo material da vida pessoal dos usuários e eu estou preocupado com a habilidade do Facebook e de outros de controlarem os pensamentos das pessoas em política e em outras áreas", criticou Sherida, que é membro do comitê seleto de mídia da Câmara dos Comuns.

No entanto, para Katherine Sledge Moore, professora de psicologia de Elmhurst College, em Illinois, a realização deste tipo de estudo "não é uma surpresa".

"Considerando o que o Facebook faz com o feed de notícias dos usuários o tempo todo, e o que tivemos de concordar ao nos tornarmos usuárioso, esse estudo não é de se espantar".

Durante a apresentação do experimento, Adam Kramer admitiu que o Facebook não expressou claramente suas intenções ao fazer a pesquisa.

"Eu posso compreender por que alumas pessoas estão preocupadas e eu e os outros co-autores lamentamos a forma como o experimento foi descrito e qualquer ansiedade causada".

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